MICHEL TEMER E EDUARDO CUNHA: perguntas do ex-deputado para o presidente foram vetadas pelo juiz Sergio Moro / Antonio Cruz / Agência Brasil
Da Redação
Publicado em 28 de novembro de 2016 às 17h19.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h09.
O juiz federal Sergio Moro, responsável pela condução dos inquéritos da Operação Lava-Jato, nesta segunda-feira indeferiu 21 das 41 perguntas feitas pela defesa do ex-deputado Eduardo Cunha para o presidente Michel Temer. Moro alegou que as perguntas tinham intenção de investigar uma conduta do presidente e que não cabe a “este Juízo competência para a realização, direta ou indiretamente, de investigações em relação ao Exmo. Sr. Presidente da República”.
Temer foi chamado por Eduardo Cunha como testemunha de defesa no processo que responde por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Ele é acusado de receber 5 milhões de reais em contas na Suíça vindos de propina em contratos da Petrobras. O presidente responderá às 20 questões restantes por escrito.
Entre as perguntas indeferidas por Moro está uma que questiona se Temer se reuniu em sua própria casa, em São Paulo, com o ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada, condenado a 12 anos de prisão na Lava-Jato, com vistas a arrecadar dinheiro para a campanha de 2010. Zelada seria a indicação que cabia ao PMDB na direção da estatal. Cunha também perguntava se Temer seria o responsável pela indicação de Moreira Franco para a vice-presidência do Fundo de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal e se teria recebido “de forma oficial ou não declarada” contribuições de campanha de José Yunes — amigo pessoal do presidente.
Além de Michel Temer, o ex-presidente Lula também é testemunha de defesa de Cunha. Lula deve prestar depoimento ao juiz Sergio Moro na próxima quarta-feira. Outras testemunhas arroladas pela defesa do ex-deputado são o ex-ministro do Turismo Henrique Alves, o ex-senador Delcídio do Amaral e o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.