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Justiça negocia compra de 600 tablets para presos falarem com família

Por conta da pandemia, as visitas presenciais foram suspensas para tentar conter contágios por covid-19 nos presídios

Prisões: houve 3 casos de contaminação pela covid-19 entre presos confirmados: um no Pará, outro no Ceará e um terceiro no Distrito Federal (Francois ANCELLET/Getty Images)

Prisões: houve 3 casos de contaminação pela covid-19 entre presos confirmados: um no Pará, outro no Ceará e um terceiro no Distrito Federal (Francois ANCELLET/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de abril de 2020 às 10h23.

Última atualização em 14 de abril de 2020 às 21h12.

O Ministério da Justiça planeja comprar 600 tablets para permitir que os presos no sistema federal conversem virtualmente com os seus familiares uma vez na semana durante a pandemia do novo coronavírus.

Por segurança, as visitas presenciais foram suspensas para tentar conter contágios por covid-19 nos presídios. De acordo com a pasta, os tablets também deverão ser usados para reuniões de trabalho e audiências judiciais por videoconferência.

Ainda não há uma estimativa sobre o valor da compra dos equipamentos. Segundo o Ministério da Justiça, os recursos virão do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD). A pasta ainda está em fase de tratativas para fechar o convênio e formalizar a compra.

No Twitter, o Ministério da Justiça afirmou que esta é "mais uma medida do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) para evitar o contágio do coronavírus no sistema prisional". "Sem poder receber visitas, os presos vão conversar virtualmente com os parentes", informou a pasta na rede social.

Covid-19 nos presídios

Segundo informou Moro nesta segunda-feira, 14, a situação da população carcerária em meio ao avanço da pandemia do novo coronavírus está "sob controle", embora tenha admitido que o momento atual é pior que balanços anteriores.

Ele disse que "infelizmente" houve 3 casos de contaminação pela covid-19 entre presos confirmados: um no Pará, outro no Ceará e um terceiro no Distrito Federal. Sobre esse último caso, ele destacou que o detento foi identificado tardiamente com a doença e, por isso, é possível que ele tenha infectado outros 20 presos.

O ministro da Justiça disse que presos infectados pelo vírus serão isolados para evitar contaminação, em linha com a estratégia adotada em todo o mundo. Ele frisou que até o momento não houve qualquer contaminação por presos do sistema penitenciário federal, citando que foram suspensas visitas nessas unidades prisionais.

Moro disse que essa suspensão das visitas de presos gera uma preocupação que se possa ter alguma rebelião ou motim, mas não houve qualquer incidente até o momento.

Redução em acidentes

As restrições no tráfego em rodovias brasileiras durante a pandemia provocaram uma queda de 28% no número de acidentes e redução de 7% de mortes entre março e abril deste ano.

A informação foi divulgada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, com base em dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

"O dado, pelo menos um efeito lateral (do novo coronavírus) que é positivo, decorre da diminuição do transporte rodoviário no âmbito das rodovias federais", afirmou Moro durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira, 13.

Moro disse também que a diminuição nos casos graves foi de 23% no mesmo intervalo e o número de feridos caiu 30%.

"Isso também tem um efeito salutar no sentido de diminuir a pressão do atendimento médico, inclusive em UTIs (Unidade de Atendimento Intensivo), dessas pessoas que sofrem infelizmente esses acidentes. É claro que essa queda, a causa dela não é tão alvissareira, porque o motivo principal é a diminuição do tráfego nas rodovias, mas pelo menos algo positivo desse cenário", disse em outro momento.

Houve, ainda, uma diminuição de 19% no número de roubos de carga e de 49% no número de roubos a ônibus. "A pandemia gera dificuldades logísticas aos criminosos também", comentou Moro.

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