Moraes manda Telegram indicar novo representante no Brasil, sob risco de suspensão
O ministro do Supremo deu prazo de 24 horas para que a indicação de um novo representante seja realizada. Se não for, os serviços do mensageiro no Brasil podem ser suspensos
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Ministro Alexandre de Moraes (Carlos Moura/SCO/STF/Flickr)

Publicado em 26 de maio de 2023, 15h12.
Última atualização em 26 de maio de 2023, 15h24.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira, 26, que o Telegram informe ao tribunal quem será o novo representante legal da empresa no Brasil.
O ministro do Supremo deu prazo de 24 horas para que a indicação seja realizada. Se não for, os serviços do mensageiro no Brasil podem ser suspensos pelo prazo inicial de 48 horas e a empresa também poderá ter que pagar multa diária de R$ 500 mil. O advogado que prestava serviços à companhia deixou de atendê-la há duas semanas.
A decisão acontece no inquérito no STF que investiga os diretores do Google e do Telegram por "campanha abusiva contra o projeto de lei das Fake News".
Na determinação, o ministro informou que a Polícia Federal ouviu o advogado Alan Campos Elias Thomaz, e o mesmo disse que não presta mais assessoria jurídica ao Telegram desde 14 de maio. "Efetivamente, o causídico apresentou diversas petições informando a renúncia dos poderes anteriormente conferidos a ele e não há notícia de que o TELEGRAM tenha indicado qualquer outro representante no Brasil", explicou Moraes.
A intimação da decisão desta sexta-feira foi encaminhada para um endereço eletrônico indicado pelo próprio aplicativo. Em outros procedimentos envolvendo o Telegram, esse foi o canal de contato do STF com a empresa.
Inquérito no STF contra as big techs
O inquérito que investiga diretores e responsáveis pelo Telegram e Google foi aberto em 12 de maio. Moraes atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) após notícia-crime enviada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Moraes deu um prazo inicial de 60 dias para a Polícia Federal concluir as investigações, com o depoimento dos investigados, uma cópia do inquérito civil público sobre o tema, além da perícia das mensagens enviadas pelas plataformas aos usuários.
Ao pedir autorização ao STF para investigar a ação de big techs, a PGR citou o relato da Câmara sobre uma “sobrecarga considerável” dos sistemas de TI da casa a partir de replicação em massa de mensagens durante campanha de desinformação contra o PL das Fake News.
Segundo notícia-crime enviada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, houve “ocorrência de instabilidade no portal e nos principais sistemas de apoio aos trabalhos legislativos, como o Infoleg, inscrição de oradores e apresentação de proposições, o que afetou adversamente os trabalhos legislativos”.
Créditos

André Martins
Repórter da HomepageFormado na Universidade Anhembi Morumbi, com passagem pelo mercado financeiro, está na Exame desde 2020. Escreve matérias hard news para diversas editorias, com destaque para Brasil, Esporte e POP. Apresentador do Exame Agora e Exame Inova.Últimas Notícias
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