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Moradores da Metrô-Mangueira resistem às desapropriações

Próxima ao Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, palco da final Copa da Mundo de 2014, a comunidade teve demolição de casas retomada ontem pela prefeitura

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2014 às 18h33.

Rio de Janeiro- É no meio de muito lixo, escombros, esgoto à céu aberto, moscas e ratos que resistem os moradores da Favela Metrô-Mangueira. Localizada próxima ao Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã , palco da final Copa da Mundo de 2014, a comunidade teve a demolição de casas retomada ontem (7) pela prefeitura e os moradores reagiram com protestos ontem pela manhã e à noite contra a possibilidade de perderem seus lares. Hoje (8), o policiamento foi reforçado no local para evitar novas manifestações.

As casas da favela estão sendo desapropriadas e destruídas desde 2010, pois no local está previsto a construção do Pólo Automotivo Mangueira. Entretanto, durante o processo de retirada dos moradores, outras novas famílias se mudaram para Favela Metrô-Mangueira, ocupando casas já marcadas para demolição.

É o caso da aposentada Vera Lúcia Rios, de 70 anos, que vive com os quatro netos na Metrô-Mangueira. Ela sustenta as crianças depois que a filha, usuária de drogas, saiu e nunca mais voltou. “Vim para cá, para invasão, porque tenho as crianças, não tenho como pagar aluguel, tenho uma filha que virou cracuda [usuária de crack] há quatros anos e sumiu”, disse.

Vera paga um empréstimo e sustenta a família com cerca de R$ 500 por mês. As crianças, entre seis e 12 anos, ajudam como podem. Uma delas auxilia na remoção de fios de cobre para um ferro-vellho que fica colado na favela, na Avenida Radial Oeste.

Também com a casa para ser demolida, a doméstica Tatiane Souza Gardêncio, cobra auxilio da prefeitura para a mudança e pede um imóvel novo. Ela mora na comunidade há oito meses com oito familiares, entre filhos e netos, depois de deixar a favela em Campo Grande, na zona oeste.“Eles [a prefeitura] falam que é invasão. Mas eu vou preferir morar na rua com os meus filhos do que na invasão? Não”, disse. “Eu vim porque estava vazio. Peguei e entrei”.

De acordo com o agente da Pastoral de Favelas, Luís Severino da Silva, que acompanha a situação desde 2011, quando a comunidade foi notificada para deixar o local, os imóveis em pé foram apropriados por famílias em situação de vulnerabilidade extrema. “Tem que fazer uma triagem e realocar essas pessoas urgentemente. Botar todo mundo na rua não resolve”, disse.

Para Silva, a prefeitura falhou ao deixar os imóveis da Metrô-Mangueira em pé e em despejar, agora, os novos moradores. “Essas pessoas não têm uma casa, nunca tiveram. Não adianta despejá-los, jogá-los na rua. Abrigo não funciona. A prefeitura tem que acolher”, reforçou.

A Secretaria Municipal de Habitação disse que as cerca de 630 famílias que viviam originalmente na comunidade foram reassentadas e que os moradores que posteriormente ocuparam os imóveis desapropriados estão inscritos no Programa Minha Casa, Minha Vida, aguardando o sorteio de uma nova moradia. A única alternativa para eles é a espera em abrigos da prefeitura.

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Rio de Janeiro- É no meio de muito lixo, escombros, esgoto à céu aberto, moscas e ratos que resistem os moradores da Favela Metrô-Mangueira. Localizada próxima ao Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã , palco da final Copa da Mundo de 2014, a comunidade teve a demolição de casas retomada ontem (7) pela prefeitura e os moradores reagiram com protestos ontem pela manhã e à noite contra a possibilidade de perderem seus lares. Hoje (8), o policiamento foi reforçado no local para evitar novas manifestações.

As casas da favela estão sendo desapropriadas e destruídas desde 2010, pois no local está previsto a construção do Pólo Automotivo Mangueira. Entretanto, durante o processo de retirada dos moradores, outras novas famílias se mudaram para Favela Metrô-Mangueira, ocupando casas já marcadas para demolição.

É o caso da aposentada Vera Lúcia Rios, de 70 anos, que vive com os quatro netos na Metrô-Mangueira. Ela sustenta as crianças depois que a filha, usuária de drogas, saiu e nunca mais voltou. “Vim para cá, para invasão, porque tenho as crianças, não tenho como pagar aluguel, tenho uma filha que virou cracuda [usuária de crack] há quatros anos e sumiu”, disse.

Vera paga um empréstimo e sustenta a família com cerca de R$ 500 por mês. As crianças, entre seis e 12 anos, ajudam como podem. Uma delas auxilia na remoção de fios de cobre para um ferro-vellho que fica colado na favela, na Avenida Radial Oeste.

Também com a casa para ser demolida, a doméstica Tatiane Souza Gardêncio, cobra auxilio da prefeitura para a mudança e pede um imóvel novo. Ela mora na comunidade há oito meses com oito familiares, entre filhos e netos, depois de deixar a favela em Campo Grande, na zona oeste.“Eles [a prefeitura] falam que é invasão. Mas eu vou preferir morar na rua com os meus filhos do que na invasão? Não”, disse. “Eu vim porque estava vazio. Peguei e entrei”.

De acordo com o agente da Pastoral de Favelas, Luís Severino da Silva, que acompanha a situação desde 2011, quando a comunidade foi notificada para deixar o local, os imóveis em pé foram apropriados por famílias em situação de vulnerabilidade extrema. “Tem que fazer uma triagem e realocar essas pessoas urgentemente. Botar todo mundo na rua não resolve”, disse.

Para Silva, a prefeitura falhou ao deixar os imóveis da Metrô-Mangueira em pé e em despejar, agora, os novos moradores. “Essas pessoas não têm uma casa, nunca tiveram. Não adianta despejá-los, jogá-los na rua. Abrigo não funciona. A prefeitura tem que acolher”, reforçou.

A Secretaria Municipal de Habitação disse que as cerca de 630 famílias que viviam originalmente na comunidade foram reassentadas e que os moradores que posteriormente ocuparam os imóveis desapropriados estão inscritos no Programa Minha Casa, Minha Vida, aguardando o sorteio de uma nova moradia. A única alternativa para eles é a espera em abrigos da prefeitura.

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