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Ministros em Roraima: um (rápido) olhar sobre um drama regional

ÀS SETE - Monotemática preocupação do governo de aprovar a reforma da Previdência dá uma pausa e olha para a situação dos imigrantes venezuelanos em Roraima

Imigrantes venezuelanos: de acordo com o ministério da Justiça, os pedidos de refúgio têm crescido exponencialmente (UNODC/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 8 de fevereiro de 2018 às 06h44.

Última atualização em 8 de fevereiro de 2018 às 07h30.

A monotemática preocupação do governo Michel Temer de aprovar a qualquer custo a reforma da Previdência dá uma pausa nesta quinta-feira para atacar um dos graves problemas de 2018: a situação dos imigrantes venezuelanos em Roraima.

Um grupo de ministros liderados por Raul Jungman (Defesa) e Sérgio Etchgoyen (GSI) desembarca às 9h na base aérea de Boa Vista para verificar a situação dos refugiados.

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De acordo com o ministério da Justiça, os pedidos de refúgio têm crescido exponencialmente. Em 2016, foram 3.356 solicitações, já no ano passado o total registrado foi de 17.865 venezuelanos.

Mas a situação é muito pior do que isso. Relatos dão conta de que, em Boa Vista, há mais de 30.000 refugiados venezuelanos para uma população de pouco mais de 300.000 moradores. Na cidade de Pacaraima a proporção de venezuelanos é ainda maior, e as condições são igualmente deploráveis.

A invasão provoca uma enxurrada de críticas de moradores já castigados pelas péssimas condições de serviços básicos como educação e saúde.

Segundo o governo federal, diversas pastas farão um trabalho conjunto para tentar recensear e minimizar os danos aos cidadãos brasileiros e venezuelanos.

Além de maior controle na fronteira, o governo estuda também a possibilidade de construir abrigos para os refugiados.

Na segunda-feira, Temer assinou um decreto que dá acesso a CPF e a carteira de trabalho para os solicitantes de refúgio.

Segundo o presidente, é também uma medida para dar mais segurança, “porque nós autoridades teremos informações mais completas sobre o universo dos solicitantes de refúgio”.

As práticas anti-democráticas do regime de Nicolás Maduro na Venezuela foram duramente criticadas essa semana pelo secretário de estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, que em visita à Argentina disse não admitir que a Venezuela não seja uma democracia.

O Itamaraty divulgou nota nesta terça-feira afirmando que “repudia o sistemático e inaceitável empenho do regime autoritário venezuelano em eliminar da atividade política partidos, frentes e personalidades da oposição”.

O governo endurece a postura. Mas, segundo o site O Antagonista, a comitiva de ministros não deve sair da base aérea nesta quinta-feira, numa visita que na verdade é escala de um voo ao Suriname.

A governadora Suely Campos (PP) ameaça boicotar o encontro por considerar a agenda limitada à base aérea uma falta de respeito. Roraima, e a crise na Venezuela, merece mais que uma escala por parte do governo brasileiro.

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