Brasil

Ministro entra com processo contra secretário de Alckmin

José Eduardo Cardozo entrou com processo por injúria contra José Aníbal, que o chamou de "vigarista"


	Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo: "ele disse que eu era vigarista, acobertador de falsários, bandido e sonso", disse sobre Anibal 
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo: "ele disse que eu era vigarista, acobertador de falsários, bandido e sonso", disse sobre Anibal  (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2013 às 20h13.

Brasília - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, entrou nesta semana com processo por injúria contra o secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, que o chamou de "vigarista" após o vazamento da investigação da Polícia Federal sobre o cartel do Metrô em governos do PSDB. Cardozo entrou com ação penal contra Aníbal, alegando que ele cometeu crime contra a honra.

"Ele disse que eu era vigarista, acobertador de falsários, bandido e sonso. O ministro da Justiça não pode aceitar passivamente ser ofendido na sua honra, até em defesa do cargo que ocupa", afirmou Cardozo ao Estado.

Aníbal disse que parte do relatório com a denúncia do ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer foi "adulterado" e acusou o ministro de fazer "vazamento seletivo" de informações. No último dia 4, o secretário tirou licença do governo de Geraldo Alckmin e retomou sua cadeira de deputado por um dia só para participar da sabatina do ministro no Congresso.

Na ocasião, Aníbal desafiou Cardozo a processá-lo. "Eu disse o que achava sobre o vazamento e continuo a dizer", insistiu ele. Além do processo por injúria, o ministro disse que entrará com ação por danos morais contra o secretário.

O inquérito do caso Siemens está agora no Supremo Tribunal Federal. Em depoimento sigiloso prestado à Justiça de São Paulo, como revelou o Estado, o ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer citou Aníbal e outros secretários de Alckmin, como Edson Aparecido (PSDB), chefe da Casa Civil, Rodrigo Garcia (DEM), titular de Desenvolvimento Econômico, e os deputados Arnaldo Jardim (PPS-SP) e Campos Machado (PTB) como destinatários da propina do cartel. Todos negam as acusações.

De acordo com a denúncia, o desvio de recursos públicos nas obras do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) atingiu os governos tucanos de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin. Para Aníbal, Cardozo age com o objetivo de tirar o escândalo do mensalão da pauta porque é filiado ao PT e quer tentar jogar a "lama" no colo do PSDB.

Os documentos com denúncias de corrupção envolvendo o cartel de trens e Metrô chegaram às mãos de Cardozo por intermédio do deputado estadual Simão Pedro (PT), hoje secretário de Serviços do prefeito Fernando Haddad. O presidente do Conselho Administrativo de Defesa do Direito Econômico (Cade), Vinícius Carvalho, foi assessor de Simão Pedro antes de assumir o cargo em Brasília e, como escondeu a informação do currículo, tucanos sustentam que Cardozo planejou uma "armadilha" para incriminar o PSDB em um ano pré-eleitoral. O fato é negado pelo ministro. "Quem quer esclarecer os fatos não politiza investigações", argumentou Cardozo.

Acompanhe tudo sobre:CartelEmpresasEmpresas estataisEstatais brasileirasMetrô de São PauloMinistério da Justiça e Segurança Públicamobilidade-urbanaTransporte públicotransportes-no-brasil

Mais de Brasil

Senado aprova autonomia na gestão financeira da PPSA, a estatal do pré-sal

Assassinato de delator do PCC é 'competência do estado', afirma Lewandowski

Alesp aprova proibição de celulares em escolas públicas e privadas de SP

Geração está aprendendo menos por causa do celular, diz autora do PL que proíbe aparelhos em escolas