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Ministério da Saúde diz que distribuição de vacinas a SP é igualitária

Segundo o Ministério da Saúde, em lotes anteriores, São Paulo fez uma retirada maior do que o previsto e, por conta disso, precisou fazer uma compensação agora

Vacinas contra variante delta: eficácia da AstraZeneca dura mais que da Pfizer (Dado Ruvic/Ilustração/Reuters)

Vacinas contra variante delta: eficácia da AstraZeneca dura mais que da Pfizer (Dado Ruvic/Ilustração/Reuters)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 4 de agosto de 2021 às 18h38.

Última atualização em 5 de agosto de 2021 às 11h47.

O Ministério da Saúde rebateu as críticas do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que acusou a pasta de enviar metade do lote previsto de vacinas da Pfizer a que o estado teria direito. De acordo com o secretário executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Moreira da Cruz, nenhum estado tem uma cota fixa de vacinas. Cada distribuição é feita levando em conta o grupo que é vacinado naquele período e que este valor é acordado em reunião conjunta com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde e com o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde.

"Não há prejuízo ao estado de São Paulo. Queremos ter uma imunização equânime. Alguns estados receberam imunizantes por decisão judicial ou por questão de fronteira. Todos os estados se veem representados no debate da distribuição e a pauta não é fechada. Isso é levado para a discussão com os secretários municipais e estaduais da Saúde. Não há que se falar em percentual fixo e cada unidade da Federação recebe valores diferentes porque tem uma diferença de população", disse o secretário executivo em entrevista coletiva no começo da noite desta quarta-feira, 4.

Ainda segundo o Ministério da Saúde, em lotes anteriores, São Paulo fez uma retirada maior do que o previsto e, por conta disso, precisou fazer uma compensação agora. Em uma ocasião, por exemplo, retirou 678.000 doses de vacinas, sendo que deveria retirar 620.000. O governo federal ainda vai analisar o pleito do governo paulista para receber mais doses.

No começo da tarde, João Doria acusou o Ministério da Saúde de entregar somente metade das doses da vacina da Pfizer a que o estado teria direito. De acordo com o governador, havia a previsão de receber 456.000 doses do megalote de vacinas do laboratório que estão chegando diariamente ao país, mas o estado só recebeu 228.000.

"A quantidade foi reduzida pela metade e quebra o pacto federativo. Com menos vacinas da Pfizer, o Ministério da Saúde compromete o calendário de imunização de crianças e adolescentes previsto para começar no dia 18 de agosto", disse Doria em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.

Atualmente, somente a Pfizer tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aplicação em crianças e adolescentes. O governador, porém, disse que o calendário de adultos não deve sofrer alterações. A previsão é imunizar, com pelo menos a primeira dose, todos os adultos com mais de 18 anos até o dia 16 de agosto.

A Secretaria de Saúde estadual enviou um ofício ao ministério questionando o caso. "Desde o inicio da campanha de vacinação contra a covid-19 São Paulo sempre recebeu mais de 20% do quantitativo de vacinas destinado ao país", disse Eduardo Ribeiro, secretário executivo da Secretaria de Estado da Saúde. A administração estadual afirma que está tomando atitudes cabíveis e espera que a pasta envie as doses restantes.

De acordo com João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência da Covid-19, esse atraso também pode afetar o cronograma de abertura da economia. A previsão é liberar a capacidade de 100% dos estabelecimentos em todo o estado a partir do dia 17 de agosto. A conta para permitir a liberação se baseia em percentuais da população vacinada.

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