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Mina da Braskem em Maceió: entorno está desocupado e não há risco para as pessoas, diz Defesa Civil

Prefeitura confirmou rompimento de parte da mina, que está em risco de colapso; momento pôde ser observado num trecho da Lagoa Mundaú

Braskem's operating area behind a destroyed neighborhood that was evacuated due to the risk of the ground sinking in Maceio, Alagoas state, Brazil, on Monday, Dec. 4, 2023. Brazilian petrochemical company Braskem was hit with a 1 billion reais ($205 million) civil action lawsuit over potential damages from a likely collapse of a rock-salt mines operated by the company. The city of Maceió declared a state of emergency for 180 days, as it works to evacuate thousands of people from an emerging sinkhole. Photographer: Maira Erlich/Bloomberg via Getty Images (Bloomberg/Getty Images)

Braskem's operating area behind a destroyed neighborhood that was evacuated due to the risk of the ground sinking in Maceio, Alagoas state, Brazil, on Monday, Dec. 4, 2023. Brazilian petrochemical company Braskem was hit with a 1 billion reais ($205 million) civil action lawsuit over potential damages from a likely collapse of a rock-salt mines operated by the company. The city of Maceió declared a state of emergency for 180 days, as it works to evacuate thousands of people from an emerging sinkhole. Photographer: Maira Erlich/Bloomberg via Getty Images (Bloomberg/Getty Images)

Agência o Globo
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Publicado em 10 de dezembro de 2023 às 17h10.

Neste domingo, por volta das 13h15, parte da mina da Braskem que está em risco de colapso, em Maceió, se rompeu. O momento pôde ser percebido em vídeo num trecho da Lagoa Mundaú, bairro do Mutange. Em nota, a Defesa Civil da capital alagoense diz que técnicos monitoram o local, mas assegura que o entorno da mina está desocupado, e que não há "risco para as pessoas".

"A Defesa Civil de Maceió informa que às 13h15 deste domingo a mina 18 sofreu um rompimento, que pôde ser percebido num trecho da Lagoa Mundaú, bairro do Mutange. No momento, técnicos da Defesa Civil estão monitorando o local em busca de mais informações. A Defesa Civil ressalta que a mina e todo o seu entorno estão desocupados e não há qualquer risco para as pessoas", diz o comunicado.

Nesta sexta-feira, a velocidade vertical do deslocamento da mina era de 0,21 centímetro por hora. Mais cedo, por volta das 10h, a Defesa Civil divulgou uma atualização em que afirmava que a velocidade havia acelerado para 0,52 cm por hora, e que o terreno havia afundado mais 12,5 cm nas últimas 24h. Ao todo, o deslocamento vertical da cavidade chegou a 2,35 metros.

"O órgão permanece em ALERTA devido ao risco de colapso da mina", ressaltou. "Por precaução, a recomendação é clara: a população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo".

A mina em questão é de sal-gema, uma matéria-prima versátil, usado na fabricação de cloro, soda cáustica, ácido clorídrico e bicarbonato de sódio e na composição de produtos farmacêuticos, nas indústrias de papel, celulose e vidro, e em produtos de higiene, como sabão, detergente e pasta de dente. É usado também no tratamento da água.

O sal-gema é extraído do subsolo através de perfurações que podem atingir mais de mil metros, nível no qual o material pode ser encontrado. Escavados os buracos, são injetados neles água. Ao atingir o sal-gema, cria-se uma mistura, como um salmoura.

A pressão da água injetada força a salmoura a subir, possibilitando a extração do sal-gema na superfície. Após o sal ser extraído, os poços são preenchidos com uma solução líquida para manter a estabilidade do solo. A Braskem informou também ter preenchido parte de seus poços com areia.

Estudos apontam que, no caso das minas de Maceió, a presença de falhas geológico podem ter levado ao vazamento do líquido e à despressurização dos poços, que começaram a ceder. Com isso, o solo perdeu estabilidade e se deu início ao processo de afundamento.

A operação da Braskem em Maceió passou a enfrentar problemas a partir de fevereiro de 2018, quando a capital alagoana registrou fortes chuvas e um tremor de terra, sentido principalmente no bairro do Pinheiro. Após esse evento, já foram identificadas rachaduras em ruas e edificações. Ainda em junho de 2018, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) iniciou a investigação do caso.

Nos últimos dias, foi identificado a intensificação da movimentação de solo nas proximidades da mina 18, às margens da lagoa Mundaú. Os dados mostraram um aumento na frequência e intensidade dos microssismos na região, o que elevou os níveis de alerta.

O monitoramento feito pela Defesa Civil revela que o processo de acomodação de solo possivelmente por conta da desestabilização da mina 18 poderá se desenvolver de duas maneiras: com a acomodação gradual até a estabilização, ou com uma acomodação abrupta, ou seja, colapso total das áreas de exploração. Segundo a empresa, independente do cenário, não há possibilidade de intervenção imediata para contenção.

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