Governador Tarcísio de Freitas (Marcelo S. Camargo / Governo do Estado de SP/Divulgação)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 3 de outubro de 2023 às 08h06.
Última atualização em 3 de outubro de 2023 às 12h47.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou na manhã desta terça-feira, 3, que a greve dos trabalhadores do Metrô, CPTM e Sabesp é ilegal, abusiva e apenas defende direitos cooperativos dos sindicatos. Tarcísio concedeu entrevista coletiva ao lado dos presidentes da CPTM, Metrô e da Sabesp.
O presidente da CPTM, Pedro Moro, afirmou que não existe previsão de funcionamento de todas as linhas por falta de funcionários. O executivo do Metrô, Julio Castiglioni, também disse que não existe previsão de retorno do funcionamento das linhas. O chefe do executivo estadual criticou que os sindicatos não cumpriram a decisão da Justiça do Trabalho de operação 100% nos horários de pico. "A Justiça tinha determinado o funcionamento das linhas nos horários de pico. Essa turma não está respeitando sequer o poder Judiciário e nem o cidadão. Quem não respeita o cidadão e o Judiciário, vai respeitar quem?", indagou o governador paulista.
A Justiça determinou que os trabalhadores da CPTM e Metrô deveriam operar com 100% do efetivo em horários de pico e 80% nos demais períodos. A decisão definiu que os horários de pico são os compreendidos entre 4h e 10h e entre 16h e 21h. Também ficou proibido a liberação de catracas. Em caso de descumprimento da determinação, “cada um dos sindicatos que representam os trabalhadores sofrerão multa diária de R$ 500 mil”.
Tarcísio reforçou que o seu governo vai seguir com os estudos desestatização das linhas do Metrô e da CPTM e valorizou o funcionamento das linhas já concedidas em meio a greve. "Isso só reforça a convicção que estamos indo na direção certa, que temos que estudar [a privatização] para recuperar a capacidade de investimento, trazer mais capital e melhor a qualidade do serviço", disse. Ele afirmou ainda que a população e os sindicatos tem o momento certo dentro do processo de privatização para se opor ao processo.
Antes do início da greve, os sindicatos dos metroviários e ferroviários afirmaram que trabalhariam normalmente caso o governo liberasse a cobrança da tarifa para a população. A Justiça proibiu a medida. Os três sindicados exigem que a gestão estadual interrompa os processos de privatizações imediatamente, cancele os pregões de terceirização do Metrô e consulte a população por meio de um plebiscito sobre as entrega das empresas estatais à iniciativa privada. Eles afirmam que a concessão de linhas de transporte e da rede de água e esgoto vai piorar a qualidade dos serviços. E citam, como exemplo, o aumento das falhas nas linhas 8 e 9 da CPTM após a concessão à ViaMobilidade.
Segundo dados do Ministério Público, entre 27 de janeiro de 2022 -- quando a ViaMobilidade começou a operar as linhas 8-diamante e 9-esmeralda -- e 31 de janeiro deste ano, foram registradas mais de 166 falhas, entre problemas em equipamentos, trens, trilhos, sistema de alimentação elétrica, rede aérea e sinalização. Em 2019 inteiro, quando as linhas eram operadas pela CPTM, foram 121 ocorrências. Em meio a pandemia, em 2020 e 2021, o número caiu para 34.
Questionado sobre as falhas nas linhas concedidas, Tarcísio afirmou que o número de falhas nas linhas 8 e 9 estão diminuindo e apontou que a linha com maior número de falhas hoje é a 15, sob gestão do Metrô. "Foram feitas correções de 60 pontos críticos de vias permanentes. Até o fim do ano serão substituídos 30 km de trilhos. Toda rede áreas foi substituída. Tem um investimento que está acontecendo", disse.
Segundo boletim divulgado às 12h, as linhas do Metrô não estão funcionando e a CPTM tem linhas com operação parcial ou fechadas. As linhas 4-amarela, 5-lilás, 8-diamante e 9-esmeralda funcionam normalmente -- -- elas são administradas pela iniciativa privada.
Metrô
CPTM – em operação parcial desde às 5h
Integrações abertas:
Integrações fechadas: