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Metrô e CPTM: Tarcísio afirma que greve é ilegal e que vai seguir com os estudos de privatização

O chefe do executivo estadual criticou que os sindicatos não cumpriram a decisão da Justiça do Trabalho de operação 100% nos horários de pico

Governador Tarcísio de Freitas (Marcelo S. Camargo / Governo do Estado de SP/Divulgação)

Governador Tarcísio de Freitas (Marcelo S. Camargo / Governo do Estado de SP/Divulgação)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 3 de outubro de 2023 às 08h06.

Última atualização em 3 de outubro de 2023 às 12h47.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou na manhã desta terça-feira, 3, que a greve dos trabalhadores do Metrô, CPTM e Sabesp é ilegal, abusiva e apenas defende direitos cooperativos dos sindicatos. Tarcísio concedeu entrevista coletiva ao lado dos presidentes da CPTM, Metrô e da Sabesp.

O presidente da CPTM, Pedro Moro, afirmou que não existe previsão de funcionamento de todas as linhas por falta de funcionários. O executivo do Metrô, Julio Castiglioni, também disse que não existe previsão de retorno do funcionamento das linhas. O chefe do executivo estadual criticou que os sindicatos não cumpriram a decisão da Justiça do Trabalho de operação 100% nos horários de pico. "A Justiça tinha determinado o funcionamento das linhas nos horários de pico. Essa turma não está respeitando sequer o poder Judiciário e nem o cidadão. Quem não respeita o cidadão e o Judiciário, vai respeitar quem?", indagou o governador paulista.

Justiça determinou que os trabalhadores da CPTM e Metrô deveriam operar com 100% do efetivo em horários de pico e 80% nos demais períodos. A decisão definiu que os horários de pico são os compreendidos entre 4h e 10h e entre 16h e 21h. Também ficou proibido a liberação de catracas. Em caso de descumprimento da determinação, “cada um dos sindicatos que representam os trabalhadores sofrerão multa diária de R$ 500 mil”.

Tarcísio reforçou que o seu governo vai seguir com os estudos desestatização das linhas do Metrô e da CPTM e valorizou o funcionamento das linhas já concedidas em meio a greve. "Isso só reforça a convicção que estamos indo na direção certa, que temos que estudar [a privatização] para recuperar a capacidade de investimento, trazer mais capital e melhor a qualidade do serviço", disse. Ele afirmou ainda que a população e os sindicatos tem o momento certo dentro do processo de privatização para se opor ao processo.

Antes do início da greve, os sindicatos dos metroviários e ferroviários afirmaram que trabalhariam normalmente caso o governo liberasse a cobrança da tarifa para a população. A Justiça proibiu a medida. Os três sindicados exigem que a gestão estadual interrompa os processos de privatizações imediatamente, cancele os pregões de terceirização do Metrô e consulte a população por meio de um plebiscito sobre as entrega das empresas estatais à iniciativa privada. Eles afirmam que a concessão de linhas de transporte e da rede de água e esgoto vai piorar a qualidade dos serviços. E citam, como exemplo, o aumento das falhas nas linhas 8 e 9 da CPTM após a concessão à ViaMobilidade.

Segundo dados do Ministério Público, entre 27 de janeiro de 2022 -- quando a ViaMobilidade começou a operar as linhas 8-diamante e 9-esmeralda -- e 31 de janeiro deste ano, foram registradas mais de 166 falhas, entre problemas em equipamentos, trens, trilhos, sistema de alimentação elétrica, rede aérea e sinalização. Em 2019 inteiro, quando as linhas eram operadas pela CPTM, foram 121 ocorrências. Em meio a pandemia, em 2020 e 2021, o número caiu para 34.

Questionado sobre as falhas nas linhas concedidas, Tarcísio afirmou que o número de falhas nas linhas 8 e 9 estão diminuindo e apontou que a linha com maior número de falhas hoje é a 15, sob gestão do Metrô. "Foram feitas correções de 60 pontos críticos de vias permanentes. Até o fim do ano serão substituídos 30 km de trilhos. Toda rede áreas foi substituída. Tem um investimento que está acontecendo", disse.

Como está o funcionamento das linhas do Metrô e CPTM hoje?

Segundo boletim divulgado às 12h, as linhas do Metrô não estão funcionando e a CPTM tem linhas com operação parcial ou fechadas. As linhas 4-amarela, 5-lilás, 8-diamante e 9-esmeralda funcionam normalmente -- -- elas são administradas pela iniciativa privada. 

Metrô

  • Linha 1- Azul: fechada
  • Linha 2- Verde: fechada
  • Linha 3-Vermelha: fechada
  • Linha 15- Prata: fechada

CPTM – em operação parcial desde às 5h

  • Linha 7- Rubi: de Caieiras a Luz
  • Linha 10- Turquesa: fechada
  • Linha 11-Coral: de Guaianases a Luz
  • Linha 12- Safira: fechada
  • Linha 13- Jade: fechada

Integrações abertas:

  • Linha 7-Rubi na Estação Barra Funda com a Linha 8-Diamante / Linha 11-Coral e 7-Rubi na Estação Luz com a Linha 4-Amarela.

Integrações fechadas:

  • As transferências com a Linha 3-Vermelha, na Barra Funda, e com a Linha 1 Azul, na Luz, continuam fechadas.
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