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Membro da Fifa no Brasil recebeu 900 ligações de cambista

Segundo reportagem do Fantástico, a investigação da Polícia Civil do Rio aponta para o envolvimento de um funcionário da entidade no mega esquema de venda de ingressos


	Dunga ao lado de Fofana: suspeito é próximo de jogadores e personalidades do esporte
 (Divulgação/Atlanta Sportif)

Dunga ao lado de Fofana: suspeito é próximo de jogadores e personalidades do esporte (Divulgação/Atlanta Sportif)

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Da Redação

Publicado em 7 de julho de 2014 às 12h33.

São Paulo - O programa Fantástico, da TV Globo, levou ao ar neste domingo uma reportagem que mostra que o celular de Mohamadou Lamine Fofana, apontado como operador da máfia dos ingressos da Copa, registrou 900 ligações para um telefone da Fifa no Brasil nos últimos dois meses.

Em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, a Fifa informou que já está nas mãos da Polícia Civil do Rio de Janeiro a lista com os números de telefone que a entidade usa no Brasil. Também na manhã de hoje, a poliícia afirmou já ter identificado o integrante da Fifa ou da Match envolvido no esquema.

A operação de captura do suspeito deve acontecer a qualquer momento.

Fofana foi preso nesta semana no Rio de Janeiro em operação da Polícia Civil que prendeu outras 10 pessoas.

O vídeo apresentado pela reportagem mostra um caderno com a contabilidade do esquema de venda de ingressos. 

Só no jogo de abertura da Copa do Mundo, entre Brasil e Croácia, Fofana negociou 52 ingressos em camarotes por R$ 12,6 mil cada. Para a final deste domingo, o argelino tinha a menos 25 ingressos VIP, cada um custando R$ 51 mil.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Fábio Barucke, os ingressos para as 64 partidas poderiam render R$ 200 milhões de reais à Fofana. 

Um dos telefonemas grampeados pela policia mostra um comprador pedindo (em inglês) ingressos para uma partida da seleção brasileira em Brasília e também para a final.

Ao todo na Copa, segundo a Fifa, foram emitidos 3,3 milhões de ingressos que se dividem entre patrocinadores, Comitê Organizador Local e federações estrangeiras de futebol, além do torcedor comum.

"Existe alguém dentro da Federação Internacional envolvido porque senão ele não conseguiria esse número excessivo de ingressos, muito menos dessa qualidade", disse o promotor de justiça do Rio Marcos Kac.

Segundo o promotor, as provas do envolvimento de Fofana são contundentes em relação aos crimes de cambismo e de organização criminosa. A polícia investiga ainda os crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro e de evasão fiscal.

À polícia, Fofana disse ter conseguido com a Match, empresa responsável pela venda dos ingressos e que é ligada ao sobrinho de Joseph Blatter, os ingressos que buscava no Copacabana Palace - onde está hospedada a cúpula da Fifa durante a Copa.

O diretor de marketing da Fifa, Thierry Weil, disse em coletiva de imprensa na semana passada que a entidade está colaborando com as investigações.

Atualizada às 12h25 para incluir a informação de que a polícia já está com a lista com os números usados pela Fifa no Brasil.

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