Meirelles encerra ciclo no BC mantendo Selic em 10,75%
Decisão de novas altas na taxa ficam para o próximo presidente do BC, Alexandre Tombini
Da Redação
Publicado em 8 de dezembro de 2010 às 19h08.
São Paulo - Henrique Meirelles se despede das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) sem provocar grande alvoroço no mercado. Em sua última participação à frente do Comitê, o chefe da autoridade monetária decidiu manter a taxa Selic no patamar de 10,75% ano.
A decisão era esperada pelos analistas. Na visão de especialistas, apesar das preocupações com uma pressão inflacionária mais forte, o aumento do percentual do depósito compulsório anunciado na semana passada tornou desnecessária uma alta dos juros no curto prazo.
Agora, caberá à nova equipe econômica, encabeçada por Guido Mantega e Alexandre Tombini, chefes do Ministério da Fazenda e do BC, respectivamente, observar o comportamento dos índices de inflação após as medidas de enxugamento do crédito.
Um eventual aumento da taxa Selic ficará para a primeira reunião do Copom sob a batuta de Tombini, no dia 19 de janeiro de 2011. Ao final da reunião, o comitê emitiu o seguinte comentário:
"Avaliando a conjuntura macroeconômica e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 10,75% a.a., sem viés. Diante de um cenário prospectivo menos favorável do que o observado na última reunião, mas tendo em vista que, devido às condições de crédito e liquidez, o Banco Central introduziu recentemente medidas macroprudenciais, prevaleceu o entendimento entre os membros do Comitê de que será necessário tempo adicional para melhor aferir os efeitos dessas iniciativas sobre as condições monetárias. Nesse sentido, o Comitê entendeu não ser oportuno reavaliar a estratégia de política monetária nesta reunião e irá acompanhar atentamente a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária".