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Medidas de Temer teriam de ser tomadas, diz Padilha

“Independentemente de sermos nós ou quem quer que esteja aqui, teria de tomar essas medidas, projetando curto, médio e longo prazo"


	Temer e Padilha:“Tivemos a pior crise econômica história do Brasil. Portanto, temos de ter medidas que correspondam”
 (Ueslei Marcelino / Reuters)

Temer e Padilha:“Tivemos a pior crise econômica história do Brasil. Portanto, temos de ter medidas que correspondam” (Ueslei Marcelino / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2016 às 16h15.

Brasília - As medidas propostas pela equipe do presidente interino Michel Temer, como reforma da Previdência e redução dos gastos públicos, teriam de ser tomadas por qualquer governo que assumisse o poder, disse nesta sexta-feira o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, após a primeira reunião do novo ministério no Palácio do Planalto.

“Independentemente de sermos nós ou quem quer que esteja aqui, teria de tomar essas medidas, projetando curto, médio e longo prazo. Esse é o caminho que terá de ser percorrido para resgatarmos a confiança”, disse Padilha, ao ser indagado sobre o fato de um governo interino trabalhar em projetos estruturais.

“Tivemos a pior crise econômica história do Brasil. Portanto, temos de ter medidas que correspondam”, acrescentou.

Segundo ele, sem essas medidas haveria o risco de, até o final do ano, o governo federal ficar sem condições de pagar salários.

Para Padilha, o governo Temer, que assumiu interinamente a Presidência na quinta-feira após o afastamento da presidente Dilma Rousseff em meio ao processo de impeachment, terá uma base relativamente firme no Congresso para aprovar até mesmo medidas delicadas e controversas, caso de uma reforma da Previdência.

Ele lembrou que tanto na votação da Câmara quanto na do Senado foram mais de dois-terços dos parlamentares favoráveis ao andamento do processo de impedimento de Dilma, e que os partidos que apoiaram o impeachment obtiveram representação no ministério de Temer.

“A partir da composição que se fez no ministério, procuramos trazer todos os partidos que compõem essa expressão numérica de mais de dois terços (no Legislativo)”, disse Padilha.

O ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Romero Jucá, disse que o novo governo pretende adotar um conjunto de ações que vai "da recuperação da segurança jurídica à animação econômica, passando pelo equilíbrio fiscal que leva a uma queda da inflação, das taxas de juros e gera crescimento”.

Do lado das despesas, uma primeira medida será reduzir em 4 mil o número de cargos comissionados ou com gratificação na esfera federal. Segundo Jucá, todos os ministros foram orientados a não preencher 25 por cento dessas posições em suas pastas.

Ato falho

Padilha e Jucá buscaram deixar claro, no início da entrevista coletiva, que o governo Temer se vê como transitório. Por isso, foi determinado que os quadros com a foto da presidente afastada Dilma sejam mantidos nos escritórios da administração pública federal.

Pouco depois, porém, o próprio Padilha acabaria admitindo que os titulares do novo governo já acreditam que sua administração vai se manter até o fim do atual mandato, em 2018.

"Nós temos convicção de que vamos fazer o trabalho como governantes que vai nos assegurar que o governo que hoje é provisório se torne definitivo antes dos 180 dias", disse Padilha.

Afastada do cargo, Dilma ainda passará pelo processo definitivo de julgamento no Senado, que tem até 180 dias para confirmar o impedimento da petista ou se a presidente pode retornar às funções.

Dilma é acusada de crime de responsabilidade por atrasos de repasses a bancos públicos, as chamadas pedaladas fiscais, e por editar decretos com crédito suplementar sem aval do Congresso.

Para a defesa, as pedaladas não constituíram operação de crédito junto aos bancos públicos, o que é vedado pela lei, e os decretos serviram apenas para remanejar recursos, sem implicar em alterações nos gastos totais.

Ministério sem mulheres 

Questionado por um jornalista por não haver nenhuma mulher no ministério de Temer, Padilha disse que a composição do primeiro escalão do novo governo foi feita por sugestões dos partidos.

A ausência de mulheres no ministério foi alvo de críticas, especialmente após um Congresso dominado por homens ter votado para remover Dilma, a primeira mulher na Presidência do Brasil, em meio aos gritos de "Tchau, querida!".

Segundo Padilha, "não foi possível" nomear mulheres como ministras. Ele afirmou ainda que haverá mulheres no comando de áreas que antes eram ministérios e que agora terão as mesmas atribuições, porém sem status de ministério.

O ministro-chefe da Casa Civil mencionou ainda que a chefe de gabinete da Presidência é uma mulher, Nara de Deus Vieira.

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