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Mauro Cid deixa a prisão após decisão de Moraes

Militar terá que usar tornozeleira eletrônica e está proibido de deixar o país

Brasília (DF), 24/08/2023, O tenente-coronel, Mauro Cid, depoe na CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal.  Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil (Antônio Cruz/Agência Brasil)

Brasília (DF), 24/08/2023, O tenente-coronel, Mauro Cid, depoe na CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil (Antônio Cruz/Agência Brasil)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 9 de setembro de 2023 às 15h23.

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, deixou a prisão por volta das 14h30 na tarde deste sábado, após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Ela agora está na Secretaria de Administração Penitenciaria e Ressocialização dos Distrito Federal, onde coloca uma tornozeleira eletrônica, antes de seguir para casa. Cid propôs um acordo de delação premiada, que foi homologado hoje por Moraes.

O acordo de delação premiada teve como ponto de partida as investigações conduzidas no inquérito das milícias digitais que tramita no Supremo. Pela decisão do ministro, o militar está proibido de se comunicar com outros investigados. Sua mulher Gabriela Cid e seu pai, o general Mauro Lourena Cid, são exceções.

O tenente-coronel também está proibido de deixar o país, de utilizar redes sociais, de portar armas de fogo e está proibido de deixar sua casa à noite e nos finais de semana.

O ex-assessor de Bolsonaro estava preso desde maio após ser alvo de uma ação que apura a atuação de um grupo que teria inserido dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.

Outros casos

Há também outras apurações abertas contra o militar e que tem potencial para desgastar Bolsonaro, como as relacionadas às suspeitas de uma trama por golpe de estado, o envolvimento em uma reunião com o hacker Walter Delgatti Netto, que declarou que participou de uma tentativa de inserção de dados falsos nas urnas eletrônicas e a suspeita de vendas de joias que foram recebidas como presente pelo governo brasileiro.

O pai de Mauro Cid é próximo de Bolsonaro e foi colega do ex-presidente nas turmas de cadetes da Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), em Resende, no sudoeste do Rio, nos anos 1970.

No final de agosto, general da reserva Mauro Lourena Cid foi alvo de um mandado de busca e apreensão. A Policia Federal constatou que o pai de Mauro Cid ajudou a vender as joias nos Estados Unidos. O general também atuou para recomprar as peças quando o Tribunal de Contas da União (TCU) ordenou que o ex-presidente as devolvesse.

Moraes também decidiu pela soltura do assessor e ex-segurança de Bolsonaro, o ex-policial militar Max Guilherme. Ele deixou a cadeia nesta quinta-feira e já passou a noite em casa, segundo o seu advogado Admar Gonzaga. Max Guilherme foi preso no mesmo dia em que Cid pelo inquérito da inserção de dados falsos na carteira de vacina de Bolsonaro, de Cid e de seus respectivos familiares.

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