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Marina diz que 'é preciso' mudar diretoria da Petrobras

"Essa diretoria foi nomeada, foi mantida durante todos esses anos e não teve a competência e o compromisso para evitar o que foi feito", disse em entrevista à Globo News

Marina Silva: "Essa diretoria foi nomeada, foi mantida durante todos esses anos e não teve a competência e o compromisso para evitar o que foi feito" (REUTERS/Nacho Doce)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de dezembro de 2014 às 14h22.

São Paulo - A ex-ministra e candidata derrotada à Presidência, Marina Silva , afirmou ser a favor de uma mudança na diretoria da Petrobras, após escândalos deflagrados pela operação Lava Jato mostrarem esquema de corrupção na estatal.

"É preciso mudar a diretoria da Petrobras. Essa diretoria foi nomeada, foi mantida durante todos esses anos e não teve a competência e o compromisso para evitar o que foi feito", disse, em entrevista a Roberto D'ávila, exibida na Globo News na madrugada deste domingo, 14. "É preciso e de uma forma urgente que seja feita essa mudança. Em nome do interesse público", afirmou.

Durante a entrevista, Marina ressaltou o fato de a empresa ter perdido valor no mercado nos últimos anos e disse que algumas pessoas assumiram cargos na diretoria "para se servir e não servir aos brasileiros". "É isso que precisa acabar", completou.

A ex-ministra disse que o processo eleitoral vivido este ano foi difícil, mas ao mesmo tempo gratificante e que o fato de ter escolhido debater a verdade "custou um preço muito alto", que foi a sua "desconstrução". "Mesmo assim me sinto agradecida pelos mais de 22 milhões de brasileiros terem acreditado que é possível fazer política de forma diferente", afirmou.

Marina disse que, diferente da presidente Dilma Rousseff, ela fez a campanha falando a verdade. "Muitas das coisas que nós defendíamos agora estão sendo feitas. A questão é fizemos uma escolha: não queremos fazer um discurso na hora de ganhar e uma outra coisa na hora de governar."

A ex-ministra preferiu não comentar as declarações do tucano Aécio Neves, que disse ter sido derrotado por uma organização criminosa, mas afirmou que há um processo de rebaixamento nas campanhas eleitorais. "As pessoas não querem mais discutir propostas, ideias, são apenas estratégias de como se faz para manter o poder ou para ganhar o poder."

Segundo a ex-candidata, esse processo enfraquece a democracia. "Na democracia é preciso que a gente se disponha a estabelecer alguns limites, não vale tudo para se alcançar os objetivos", afirmou. Marina disse que o país saiu da eleição dividido, mas ponderou que é preciso aceitar o resultado das urnas. "Eu vou sempre respeitar a presidente eleita pelo povo brasileiro. É uma decisão da democracia, tomada pela sociedade brasileira."

Tragédia

Durante a entrevista, Marina lembrou a morte do então candidato de sua chapa Eduardo Campos, em um acidente aéreo, e disse que foi um momento muito difícil. "Quando eu fui ao encontro do Eduardo para apoiá-lo, eu sabia que estava indo não para compartilhar o palanque, mas para compartilhar um legado", disse.

Marina lembrou a sua relação com Chico Mendes e o fato de Campos ser neto de Miguel Arraes para justificar o que chamou de "encontro de legados" e comparou a perda de Campos com a de Mendes.

"Ver o Eduardo perder sua vida tão precocemente mais uma vez me colocou diante de uma tragédia, foi muito difícil para mim quando o Chico Mendes morreu. Eu era muito jovem, de repente fiquei novamente sozinha com o peso de ter que assumir aquele lugar, de algo que eu já tinha me desvencilhado", disse. "Ninguém pode estar preparado para uma coisa dessas, é o inesperado do inesperado. Tudo isso ainda é um peso muito grande dentro de mim."

Rede

Marina Silva disse que a Rede Sustentabilidade sofreu um boicote dentro dos cartórios fruto de uma ação política. "Houve uma ação política sim", afirmou. Ela lembrou que antes da negativa de criação da Rede três partidos haviam sido formados e logo depois a lei mudou. "A legislação eleitoral mudou em seguida exatamente, no meu entendimento, para prejudicar a Rede."

A ex-ministra preferiu não falar de seus planos para o futuro e repetiu que não fica "na cadeira cativa de candidata". "Em 2010 não fiquei, não vou ficar agora, vou continuar fazendo o que eu acho que é correto, com os meios que disponho."

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Durante a entrevista, Marina ressaltou o fato de a empresa ter perdido valor no mercado nos últimos anos e disse que algumas pessoas assumiram cargos na diretoria "para se servir e não servir aos brasileiros". "É isso que precisa acabar", completou.

A ex-ministra disse que o processo eleitoral vivido este ano foi difícil, mas ao mesmo tempo gratificante e que o fato de ter escolhido debater a verdade "custou um preço muito alto", que foi a sua "desconstrução". "Mesmo assim me sinto agradecida pelos mais de 22 milhões de brasileiros terem acreditado que é possível fazer política de forma diferente", afirmou.

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Segundo a ex-candidata, esse processo enfraquece a democracia. "Na democracia é preciso que a gente se disponha a estabelecer alguns limites, não vale tudo para se alcançar os objetivos", afirmou. Marina disse que o país saiu da eleição dividido, mas ponderou que é preciso aceitar o resultado das urnas. "Eu vou sempre respeitar a presidente eleita pelo povo brasileiro. É uma decisão da democracia, tomada pela sociedade brasileira."

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Marina lembrou a sua relação com Chico Mendes e o fato de Campos ser neto de Miguel Arraes para justificar o que chamou de "encontro de legados" e comparou a perda de Campos com a de Mendes.

"Ver o Eduardo perder sua vida tão precocemente mais uma vez me colocou diante de uma tragédia, foi muito difícil para mim quando o Chico Mendes morreu. Eu era muito jovem, de repente fiquei novamente sozinha com o peso de ter que assumir aquele lugar, de algo que eu já tinha me desvencilhado", disse. "Ninguém pode estar preparado para uma coisa dessas, é o inesperado do inesperado. Tudo isso ainda é um peso muito grande dentro de mim."

Rede

Marina Silva disse que a Rede Sustentabilidade sofreu um boicote dentro dos cartórios fruto de uma ação política. "Houve uma ação política sim", afirmou. Ela lembrou que antes da negativa de criação da Rede três partidos haviam sido formados e logo depois a lei mudou. "A legislação eleitoral mudou em seguida exatamente, no meu entendimento, para prejudicar a Rede."

A ex-ministra preferiu não falar de seus planos para o futuro e repetiu que não fica "na cadeira cativa de candidata". "Em 2010 não fiquei, não vou ficar agora, vou continuar fazendo o que eu acho que é correto, com os meios que disponho."

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