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Mais um fiscal de São Paulo é suspeito de corrupção

Fiscal é suspeito de manter dez empresas em nomes de "laranjas" e injetar nelas recursos obtidos de forma ilícita na Prefeitura

Centro de São Paulo: MPE investiga cerca de 50 servidores das Finanças por suspeita de enriquecimento ilícito (Germano Lüders/EXAME)
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Da Redação

Publicado em 13 de março de 2014 às 23h00.

São Paulo - O Ministério Público Estadual e a Controladoria-Geral do Município investigam um fiscal da Secretaria Municipal de Finanças de São Paulo suspeito de manter dez empresas em nomes de "laranjas" e injetar nelas recursos obtidos de forma ilícita na Prefeitura . Daniel Amandio Pardal não teria ligação direta com a máfia do Imposto Sobre Serviços (ISS), suspeita de desviar R$ 500 milhões da Prefeitura, mas ocupava a mesma função dos auditores presos em novembro.

O MPE investiga cerca de 50 servidores das Finanças por suspeita de enriquecimento ilícito. A diferença é que, no caso de Pardal, a apuração é também criminal: ele é suspeito de lavagem, transferindo dinheiro obtido ilicitamente para suas empresas. A suspeita, segundo o Ministério Público Estadual, é de que ele tenha acumulado patrimônio de R$ 30 milhões, divididos em veículos e bens de suas empresas. A investigação tem foco nele. Os eventuais parceiros não eram servidores, segundo a investigação.

O fiscal nega participação em esquemas ilícitos, afirma que as empresas estavam no nome de seu pai e diz que seu patrimônio é de R$ 2,6 milhões - dinheiro obtido licitamente, segundo diz. As empresas são do ramo de locação de veículos e estacionamentos. Uma delas, a Dez Emergências, que faz locação de ambulâncias, tem contratos com a Secretaria da Saúde, conforme levantamento do Estado. Entre os anos de 2010 e 2013, ela recebeu cerca de R$ 4,1 milhões pelos contratos. A Dez está no nome do pai e da ex-mulher de Pardal, que também são investigados pelo MPE.

Em depoimento prestado em novembro, a ex-mulher de Pardal, Gina Cecília Fabiano Pardal, afirmou que o suspeito "era o efetivo administrador" das empresas que ela mantinha em sociedade com o pai dele, já morto. No depoimento, ela disse que o fiscal "chegou a colocar dinheiro nas empresas e justificava que havia recebido diferenças da Prefeitura de São Paulo".

"Esses valores giravam em torno de R$ 40 mil e foram utilizados para dar entrada na compra de veículos para aumento da frota. Em outras oportunidades, Daniel (Pardal) injetava dinheiro na empresa e justificava que havia emprestado do pai. Nesse caso, os valores eram maiores, em torno de R$ 200 mil." Apesar disso, ela disse não saber detalhar quais seriam os esquemas ilícitos do fiscal.

O salário bruto do suspeito, segundo o site de transparência da Prefeitura, é de R$ 22.884,56. A reportagem contatou o advogado que acompanhou o depoimento da ex-mulher, mas ele afirmou que não a defendia mais. O Estado não conseguiu localizá-la - depois da separação, o casal briga na Justiça pela posse das empresas.

Investigação.

A Prefeitura de São Paulo tem um grande número de denúncias anônimas contra o fiscal, que começaram na década de 1990. A investigação atual partiu da Controladoria-Geral do Município, que desde o ano passado vem comparando dados sobre a renda e o patrimônio dos servidores públicos - uma política para identificar eventuais servidores que praticavam atos de corrupção .

No caso de Pardal, no entanto, apesar do grande número de empresas em nome de seus parentes, os investigadores da Controladoria notaram que o fiscal também manteria seus bens no nome de outras pessoas, o que dificulta a investigação - tanto que o fiscal ainda não foi afastado. No caso da máfia do ISS, o Ministério Público conseguiu apurar um patrimônio de R$ 80 milhões em nome dos suspeitos - mas a investigação ainda não terminou.

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O MPE investiga cerca de 50 servidores das Finanças por suspeita de enriquecimento ilícito. A diferença é que, no caso de Pardal, a apuração é também criminal: ele é suspeito de lavagem, transferindo dinheiro obtido ilicitamente para suas empresas. A suspeita, segundo o Ministério Público Estadual, é de que ele tenha acumulado patrimônio de R$ 30 milhões, divididos em veículos e bens de suas empresas. A investigação tem foco nele. Os eventuais parceiros não eram servidores, segundo a investigação.

O fiscal nega participação em esquemas ilícitos, afirma que as empresas estavam no nome de seu pai e diz que seu patrimônio é de R$ 2,6 milhões - dinheiro obtido licitamente, segundo diz. As empresas são do ramo de locação de veículos e estacionamentos. Uma delas, a Dez Emergências, que faz locação de ambulâncias, tem contratos com a Secretaria da Saúde, conforme levantamento do Estado. Entre os anos de 2010 e 2013, ela recebeu cerca de R$ 4,1 milhões pelos contratos. A Dez está no nome do pai e da ex-mulher de Pardal, que também são investigados pelo MPE.

Em depoimento prestado em novembro, a ex-mulher de Pardal, Gina Cecília Fabiano Pardal, afirmou que o suspeito "era o efetivo administrador" das empresas que ela mantinha em sociedade com o pai dele, já morto. No depoimento, ela disse que o fiscal "chegou a colocar dinheiro nas empresas e justificava que havia recebido diferenças da Prefeitura de São Paulo".

"Esses valores giravam em torno de R$ 40 mil e foram utilizados para dar entrada na compra de veículos para aumento da frota. Em outras oportunidades, Daniel (Pardal) injetava dinheiro na empresa e justificava que havia emprestado do pai. Nesse caso, os valores eram maiores, em torno de R$ 200 mil." Apesar disso, ela disse não saber detalhar quais seriam os esquemas ilícitos do fiscal.

O salário bruto do suspeito, segundo o site de transparência da Prefeitura, é de R$ 22.884,56. A reportagem contatou o advogado que acompanhou o depoimento da ex-mulher, mas ele afirmou que não a defendia mais. O Estado não conseguiu localizá-la - depois da separação, o casal briga na Justiça pela posse das empresas.

Investigação.

A Prefeitura de São Paulo tem um grande número de denúncias anônimas contra o fiscal, que começaram na década de 1990. A investigação atual partiu da Controladoria-Geral do Município, que desde o ano passado vem comparando dados sobre a renda e o patrimônio dos servidores públicos - uma política para identificar eventuais servidores que praticavam atos de corrupção .

No caso de Pardal, no entanto, apesar do grande número de empresas em nome de seus parentes, os investigadores da Controladoria notaram que o fiscal também manteria seus bens no nome de outras pessoas, o que dificulta a investigação - tanto que o fiscal ainda não foi afastado. No caso da máfia do ISS, o Ministério Público conseguiu apurar um patrimônio de R$ 80 milhões em nome dos suspeitos - mas a investigação ainda não terminou.

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