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Maioria dos militares no Alemão estiveram no Haiti

Não há previsão de que a tropa faça incursões nas favelas, mas vai revidar, caso traficantes ataquem

Policiais do Rio de Janeiro se preparam para ação na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro (Antonio Scorza/AFP)

Policiais do Rio de Janeiro se preparam para ação na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro (Antonio Scorza/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2010 às 18h52.

Dos 800 militares que ocupam desde o entorno da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão, 60% integraram a missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti. A missão do grupo, da Brigada de Infantaria Paraquedista, é atuar nos acessos - eles ficarão distribuídos em cerca de 40 pontos. Não há previsão de que a tropa faça incursões nas favelas, mas vai revidar, caso traficantes ataquem. "Se formos atacados, não há como não responder. Estamos com armas e, se necessário, vamos usá-las", afirmou o general Adriano Pereira Júnior, Comandante Militar do Leste.

No pedido ao Ministério da Justiça, a Secretaria de Segurança requisitou o apoio de tropas experientes, que estivessem baseadas no Rio de Janeiro. "O Ministério da Defesa tem estrutura muito maior do que a Força Nacional de Segurança. Os integrantes da força teriam que ser chamados de vários Estados e as viaturas viriam por terra", explicou o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.

Os militares atuarão acompanhados de pelo menos um policial civil, militar ou federal - agentes que têm poder de polícia judiciária e farão a abordagem de pedestres e motoristas. A intenção, explicou Beltrame, é que se evite questionamentos a respeito da legalidade da ação do Exército. "O Exército não tem liberdade de empregar tropas. Nós precisamos de autorização da Presidência da República e de determinação do Ministério da Defesa. (após as autorizações) Essa operação é perfeitamente legal. Estamos cobertos", completou o general Adriano.

Além da tropa, a Marinha fornecerá 10 blindados que se locomovem sobre esteiras - os veículos do Exército no Rio não têm essas "lagartas", explicou o comandante do Estado-Maior do Conjunto das Forças Armadas, José Carlos de Nardi, numa tentativa de reduzir o mal-estar provocado por críticas de Beltrame, que na véspera havia dito que não recebera apoio do Exército.

A Aeronáutica fornecerá três helicópteros - dois deles do tipo H-34 e outro H-OH. Ambos os modelos têm metralhadoras nas laterais, mas só serão usadas em caso de ataque. Os helicópteros serão usados em missões de apoio e transporte - as aeronaves têm capacidade para levar entre 12 e 16 homens.

"A operação que segue tem grande risco. Esse não é o momento de contornar riscos, mas de enfrentá-los", resumiu o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Visivelmente abatido, o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) referiu-se à atuação das Forças Armadas no Rio como um momento de "dimensão histórica". "Está demonstrado àqueles que não respeitam a lei que o Estado de Direito Democrático se uniu e está se fazendo presente. Por isso a direção histórica desse momento", afirmou.

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