Maior aposta da Petrobras esbarra em impasse ambiental com recife Amazônico
Empresa apelou de uma decisão do Ibama no início deste mês de bloquear a perfuração perto do recife de 9,5 mil quilômetros quadrados
Agência de notícias
Publicado em 30 de maio de 2023 às 18h47.
Última atualização em 30 de maio de 2023 às 18h52.
Um enorme habitat de recifes perto da foz do Rio Amazonas ameaça inviabilizar a maior aposta do Brasil na expansão da produção de petróleo.
A Petrobras vai retirar um navio-sonda do bloco de exploração Foz do Amazonas e colocá-lo para trabalhar em outra área marítima no Sudeste, disse a estatal em comunicado por e-mail. A empresa apelou de uma decisão do Ibama no início deste mês de bloquear a perfuração perto do recife de 9,5 mil quilômetros quadrados.
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A Petrobras aguardava a aprovação para o uso da plataforma desde o início de dezembro. Os seis meses de impasse custaram à estatal até US$ 200 milhões, segundo algumas estimativas. O Ibama disse que pode levar até um ano para decidir se a exploração perto do recife pode prosseguir ou não.
Oportunidades menores
As oportunidades da Petrobras para aumentar sua produção de petróleo estão diminuindo. A Margem Equatorial, onde fica o recife, responde pela maior parte dos gastos de exploração previstos no plano de negócios de cinco anos da empresa, com US$ 3 bilhões atualmente destinados à região.
É uma mudança de foco após resultados fracos nas bacias do pré-sal, no Sudeste. A Petrobras disse quedepois de 2030, a produção diminuirá a menos que encontre mais petróleo.
A Petrobras também vendeu a maior parte de seus ativos de exploração no exterior na última década, na expectativa de que continuaria fazendo grandes descobertas nas bacias de Santos e Campos, onde quase todo o seu petróleo é produzido. A empresa está apostando que a Margem Equatorial poderá conter reservas semelhantes às descobertas de vários bilhões de barris que a Exxon desenvolve ao norte da Guiana.
“A Margem Equatorial ficou muito importante depois das decepções na bacia de Santos”, disse Marcelo de Assis, chefe de pesquisa de produção latino-americana da consultoria Wood Mackenzie. “A Petrobras quase não tem ativos internacionais. Eles não têm para onde ir.”