Bairro do Mutange: A área do entorno da mina, que já não possui mais moradores (Leo Caldas/Exame)
Redação Exame
Publicado em 2 de dezembro de 2023 às 14h47.
A prefeitura de Maceió (Alagoas) informou que risco iminente de colapso em uma das minas da Braskem é ‘um evento inédito no mundo’ e por isso, até o momento não é possível mensurar todas as consequências do fato." A capital de Alagoas está em alerta máximo por risco iminente de colapso de uma mina da Braskem, o que causou alerta máximo de órgãos da prefeitura.
Na tarde desta sábado, o prefeito de Maceió, JHC, disse que a velocidade de afundamento da mina 18 tem diminuído."Nós chegamos a 5 cm por hora e agora estamos com 0,8cm por hora. Isso significa que há uma tendência de diminuição de afundamento naquela região." Dos 12 DGPSs, aparelhos que medem o afundamento da mina, seis haviam chegado ao alerta máximo.
Agora, com a desaceleração, apenas um deles encontra-se em sinal de alerta para um colapso da mina 18. “Não podemos afirmar que vai estabilizar, mas esse é o caminho para estabilização. Estamos vencendo um dia de cada vez para podermos juntos sairmos dessa situação”, disse o prefeito. Antes da nota oficial da prefeitura, JHC divulgou este vídeo nas redes sociais:
Na manhã deste sábado, a nota divulgada pela Defesa Civil de Maceió afirmava que o deslocamento vertical acumulado da mina n° 18 é de 1,56 cm e a velocidade vertical é de 0,7cm por hora, apresentando um movimento de 13cm nas últimas 24h. Disse ainda que foi registrado na madrugada de hoje um sismo com magnitude de 0,89 a cerca de 300 metros de profundidade na região, que fica localizado no bairro do Mutange.
O abalo foi mais intenso do que o registrado na noite de sexta-feira (1º), mas a Defesa Civil registrou uma diminuição na velocidade de afundamento de terra na mina 18. Durante a semana, o afundamento chegou a 50 cm por dia.
O abalo foi mais intenso do que o registrado na noite de sexta-feira,1º, mas a Defesa Civil registrou uma diminuição na velocidade de afundamento de terra na mina 18. Durante a semana, o afundamento chegou a 50 cm por dia.
A mina nº 18 fica próximo ao antigo CT do CSA, no Mutange, próximo à lagoa Mundaú, no bairro do Mutange.
Antes de apresentar o colapso, a mina tinha 500 mil metros cúbicos. Não há como prever o tamanho da cratera que se formará com o colapso. A Defesa Civil de Alagoas estima que a cratera pode chegar a até 150 metros de superfície nas projeções.
Uma reunião entre o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, e o governador do Alagoas, Paulo Dantas, está agendada para 5 de dezembro. Nela, Dantas pedirá ao governo federal que esteja preparado para ajudar Alagoas em caso de necessidade.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que está em Dubai, nos Emirados Árabes, onde participa da COP-28 afirmou ontem que o Ibama acompanha de perto a situação envolvendo a mina da Braskem em Maceió. "É um licenciamento feito pelo governo do Estado, mas o Ibama está acompanhando. Os nossos especialistas em risco ambiental estão acompanhando de perto", disse a ministra. Segundo ela, neste caso, o órgão do governo federal atua de maneira suplementar.
Em nota, a Braskem declarou que "continua mobilizada e monitorando a situação da mina 18" e "tomando todas as medidas cabíveis para minimização do impacto de possíveis ocorrências". O texto acrescenta que "todos os dados colhidos estão sendo compartilhados em tempo real com as autoridades". Ainda segundo a empresa, a extração de sal-gema em Maceió foi totalmente encerrada em maio de 2019.