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Lula prorroga por 30 dias GLO em portos e aeroportos

Decisão do presidente ocorre mesmo com resistência de ministros; 3.178 pessoas foram presas desde o início da GLO

Lula: governo atual enfrenta muitos desafios em diversos setores (Luis Acosta/AFP)

Lula: governo atual enfrenta muitos desafios em diversos setores (Luis Acosta/AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 3 de maio de 2024 às 18h38.

Última atualização em 3 de maio de 2024 às 18h44.

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, prorrogou o emprego das Forças Armadas para a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos do Rio de Janeiro e São Paulo por mais 30 dias nesta sexta-feira, 3, até 4 de junho de 2024.

A decisão ocorre mesmo com a resistência de ministros, que não veem ambiente político para a prorrogação, e será publicada em edição extra no Diário Oficial ainda hoje.

A GLO foi iniciada em novembro do ano passado para promover a "asfixia logística" de organizações criminosas que atuam nos dois estados e seu prazo acabava nesta sexta-feira. O presidente acolheu parecer assinado pelos ministros da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e da Defesa, José Múcio Monteiro, com a concordância do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.

A GLO permite que o governo federal, por meio das Forças Armadas, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, atue em ações no Porto do Rio de Janeiro, Porto de Itaguaí (RJ) e Porto de Santos (SP), bem como no Aeroporto do Galeão, no Rio, e no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. A GLO tem validade apenas em territórios federais.

Conforme O Globo mostrou nos últimos dias, integrantes do governo envolvidos nas discussões avaliam que não há ambiente político para prorrogação da operação. No Ministério da Justiça, há uma avaliação de que a GLO é mais custosa financeiramente do que eficiente e de que é preciso avaliar prós e contras de mantê-la.

Desde que assumiu a Justiça, Lewandowski já vinha esfriando as discussões sobre estender a GLO, contrapondo a postura de seu antecessor, Flavio Dino, que em janeiro chegou a sugerir que a operação fosse estendida para outros portos e aeroportos, especialmente do Nordeste.

Contudo, os dados pesaram na decisão de Lula: segundo o Ministério da Justiça, desde o início da GLO, em novembro, 172,3 toneladas de drogas foram apreendidas, sendo 12,4 toneladas de cocaína e 5,4 toneladas de pasta-base de cocaína.

Além disso, total de 282 armas foram apreendidas (entre elas 30 fuzis), 3.178 pessoas foram presas e houve 11,2 mil fiscalizações em embarcações e 107,6 mil cargas inspecionadas, além de 7,8 mil contêineres vistoriados.

O valor empregado em diárias e custos operacionais ficou em R$ 215,6 milhões, divididos entre Polícia Federal (R$ 3,2 milhões), Força Nacional (R$ 1,5 milhão), Forças Armadas (R$ 182 milhões) e Polícia Rodoviária Federal (R$ 28 milhões).

A sugestão de prorrogação da operação para o combate ao crime organizado considera "a pendência de conclusão de algumas medidas e a avaliação dos bons resultados alcançados por todos os órgãos envolvidos", informa o MJ.

"Na avaliação do Ministério da Justiça, o conhecimento gerado e as ações de inteligência desenvolvidas e aprimoradas representam um legado à gestão da segurança pública no país e, em especial, aos cidadãos brasileiros", complementa a pasta em nota.

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