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Lula diz que urna não é lugar para depositar ódio

"Amanhã, na hora de votar, é importante vocês saberem que urna não é lugar para depositar ódio e preconceito", disse o ex-presidente

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante visita em Ocupação em Sumaré (Divulgação/Instituto Lula/Divulgação)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante visita em Ocupação em Sumaré (Divulgação/Instituto Lula/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2016 às 14h21.

São Bernardo do Campo - Em cima de uma caminhonete que percorreu o centro comercial de São Bernardo do Campo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sábado, dia 1º, que "urna não é lugar de depositar ódio" e pediu aos eleitores que "deixem o preconceito dentro de casa" na eleição deste domingo.

Com microfone em punho, ao lado do prefeito Luiz Marinho e do candidato do PT, Tarcísio Secoli - ameaçado de não chegar ao segundo turno -, Lula afirmou que seu partido foi "criminalizado", criticou o governo de Michel Temer e pediu que os petistas não aceitem provocações.

"Amanhã, na hora de votar, é importante vocês saberem que urna não é lugar para depositar ódio e preconceito. Urna é lugar para depositar esperança e sonhos", disse o ex-presidente.

A exemplo do que ocorre em São Paulo com Fernando Haddad, o PT enfrenta situação muito difícil em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. No berço político do partido, pesquisas de intenção de voto indicam que o candidato petista está em terceiro lugar.

"Que os que nutrem ódio (pelo PT) deixem o preconceito dentro de casa e votem pensando no seu filho, no seu neto. Não é votar no passado. É votar pensando no futuro", insistiu Lula, com voz rouca. Foi a primeira vez que o ex-presidente, morador de São Bernardo, entrou na campanha de Tarcísio Secoli.

Lula percorreu um trajeto de pouco mais de dois quilômetros de caminhada, a maior parte do tempo em cima da caminhonete. Vestido com camisa vermelha, exibindo a estrela do PT, ele saiu do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que presidiu no fim dos anos 70 e começo dos 80, e foi até a Igreja Matriz, famosa por abrigar assembleias de grevistas.

Quando o cortejo estava chegando perto da igreja, Lula desceu do carro e foi a pé. Estava acompanhado da mulher, Marisa Letícia. Na rua Marechal Deodoro, repleta de lojas, alguns acenavam e outros apontavam o polegar para baixo, em sinal de reprovação. Muitas bandeiras tinham um tom alaranjado e, na propaganda, a sigla PT estava escondida.

Críticas a Temer

Mesmo sem citar o nome de Temer, Lula não poupou ataques ao presidente, empossado definitivamente no cargo após o impeachment de Dilma Rousseff.

"Não é possível melhorar o Brasil aumentando o tempo de aposentadoria de mulher para 65 anos", afirmou ele, numa referência à proposta de reforma da Previdência. "Talvez a mulher deles não tenha três jornadas de trabalho por dia, mas a mulher trabalhadora tem."

Alvejado pela Operação Lava Jato, o ex-presidente voltou a criticar a imprensa e a chamar o governo Temer de "golpista". "Quem governa hoje o Brasil não conhece o Brasil e não sabe governar adequadamente", disse, ao protestar contra a proposta de emenda constitucional (PEC) 241, que estabelece um limite para crescimento dos gastos públicos e congela despesas com saúde e educação.

Antes de ir embora, Lula tirou "selfies" com militantes e afirmou que a população de São Bernardo tinha a "obrigação moral e ética" de votar no candidato apoiado por Luiz Marinho, que está há oito anos à frente da prefeitura de São Bernardo.

Instado a parar para falar na histórica Praça da Matriz, o ex-presidente recusou o "convite". "Gente, não pode fazer comício", repetiu mais de uma vez, ao lembrar da restrição imposta pela Lei Eleitoral.

"Só quero dizer que é importante que vocês não deem trégua nas últimas horas. Mas é importante também que vocês não aceitem provocação. Se (os outros) quiserem brigar, que encontrem qualquer vira-lata na rua e briguem, mas com petistas não vão brigar".

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