Lula diz que Estado pode ser indutor de crescimento e que bancos públicos são alternativas
Presidente defendeu a proposta de que o Estado não precisa se diminuir para impulsionar a iniciativa privada
Agência de notícias
Publicado em 7 de novembro de 2023 às 14h35.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva , afirmou que o governo federal não venderá ativos públicos, mas fará com que eles se tornem competitivos e compartilhem relação com a iniciativa privada.
Ao enaltecer a importância do Estado e dizer que ele pode ser um indutor do crescimento, Lula disse que o governo irá utilizar os bancos públicos não para prejudicar bancos privados, mas para trazer alternativas.
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Na avaliação do presidente, não é preciso diminuir o Estado para valorizar a iniciativa privada. Segundo ele, se o Estado se colocar como "indutor de desenvolvimento de um país", é possível ter o Estado "fazendo investimento sadio para a gente crescer".
"Tenho fé em Deus e tenho fé no nosso governo que nós vamos utilizar os bancos públicos não para prejudicar bancos privados, mas para oferecer alternativas e oportunidades de créditos a juros mais baratos, de longo prazo, para que a indústria brasileira se transforme definitivamente numa indústria competitiva", disse Lula, em fala na abertura do 6º Brasil Investment Forum - BIF 2023 nesta terça-feira, 7, no Palácio do Itamaraty.
"No nosso governo, a gente não vai tentar vender a cama para a gente dormir no chão, a gente não vai vender ativos públicos, vamos fazer com que eles se tornem tão competitivos e que compartilhem relação com iniciativa privada para que a gente possa melhorar."
O chefe do Executivo comentou que os Estados Unidos estão tentando subsidiar a chamada indústria verde para financiar uma nova matriz energética. "Nós não vamos subsidiar, vamos apenas incentivar e, se depender da vontade do governo, quem quiser fazer investimento para produzir carro verde, bicicleta verde, carne verde, não precisa procurar, tem um lugar chamado Brasil", afirmou.
Em fala direcionada ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin, Lula questionou: "Ao invés de 600 e pouco bilhões de dólares de comercio exterior, por que a gente não estabelece meta de chegar a US$ 1 trilhão de comércio exterior e vamos buscar isso?"
No acumulado do ano até outubro, o Brasil já acumula US$ 80,2 bilhões de saldo na balança comercial, e US$ 484,7 bilhões de corrente comercial, segundo dados do MDIC. A previsão é de que, ao final do ano, a corrente alcance o patamar de US$ 575,3 bilhões.