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Lula diz que adversários terão de "arcar com preço" de prendê-lo

Ex-presidente se autointitulou o melhor presidente da história do Brasil e lembrou que lidera todas as pesquisas de intenção de voto para a Presidência

Lula: "Eu espero que nas instâncias superiores esse processo seja revisto, seja repensado, para as pessoas poderem não me transformar no primeiro preso político brasileiro" (Leonardo Benassatto/Reuters)

Lula: "Eu espero que nas instâncias superiores esse processo seja revisto, seja repensado, para as pessoas poderem não me transformar no primeiro preso político brasileiro" (Leonardo Benassatto/Reuters)

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Reuters

Publicado em 7 de março de 2018 às 14h43.

Última atualização em 7 de março de 2018 às 16h19.

São Paulo — O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em vídeo divulgado nesta quarta-feira que se tornará um preso político caso tenha a prisão decretada no caso do apartamento tríplex no Guarujá (SP), e afirmou que seus adversários terão de "arcar com o preço" de prendê-lo.

O vídeo foi divulgado no dia seguinte à decisão unânime da 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de negar pedido de habeas corpus da defesa do petista que visava impedir que ele fosse preso após esgotados os recursos no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) contra a condenação a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

"Eu sinceramente acho que eles podem mandar prender, podem mandar soltar, podem mandar fazer tudo, porque depois daquela votação no TRF-4, sinceramente, se dependesse dali eu não teria por que acreditar na Justiça, porque aquilo foi uma encenação de uma coisa absurda. A impressão que eu tenho é que nenhum juiz teve a menor preocupação de ler os autos do processo", disparou Lula no vídeo.

O ex-presidente se autointitulou como melhor presidente da história do Brasil e lembrou que lidera todas as pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República na eleição de outubro. Ele manifestou, ainda, esperança de que o processo do tríplex seja revisto por tribunais superiores.

"Eu espero que nas instâncias superiores esse processo seja revisto, seja repensado, para as pessoas poderem não me transformar no primeiro preso político brasileiro. Porque se não provarem 1 real na minha conta, se não provarem 1 dólar na minha conta, se não provarem uma telha na minha conta que não seja minha, eu terei que ser considerado um preso político", afirmou.

"E eles então terão que arcar com uma responsabilidade de ter a pessoa que foi o melhor presidente do Brasil, a pessoa que lidera todas as pesquisas de opinião pública --qualquer uma, seja feita por inimigo ou amigo--, ou seja, eles vão ter que arcar com o preço de decretar minha prisão."

Lula pode ser impedido de disputar a eleição por conta da Lei da Ficha Limpa, que determina a inelegibilidade de condenados por órgãos colegiados da Justiça. No vídeo, ele também negou a possibilidade de sair do país para evitar ser preso.

"Não vou (fugir). Eu vou para minha casa, sou brasileiro, eu amo esse país, tenho certeza do que eu fiz por esse país, tenho certeza do que eu posso fazer por esse país, e eles sabem que, neste momento, possivelmente eu seja uma das poucas pessoas que pode consertar o estrago que eles fizeram e devolver esse país para o povo brasileiro, restaurando a soberania desse país", afirmou.

Lula é acusado de ter recebido o tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo, como propina paga pela empreiteira OAS, em troca de contratos na Petrobras. Ele nega ser dono do imóvel e afirma ser alvo de uma perseguição política promovida por setores do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal com o objetivo de impedi-lo de ser novamente candidato à Presidência.

Além do processo do tríplex, Lula ainda enfrenta outras ações que tramitam em varas federais de Curitiba e Brasília e também no Supremo Tribunal Federal (STF).

Após a derrota de terça no STJ, a defesa de Lula cobrou que o STF analise um pedido de habeas corpus impetrado na corte no começo de fevereiro, e o PT divulgou nota cobrando que o Supremo analise ações que questionam entendimento da corte de início de cumprimento da sentença após condenação em segunda instância.

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