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Lula dispensa mais 13 militares do gabinete de segurança

Presidente desconfia de conivência de integrantes das Forças Armadas com a invasão ao Palácio do Planalto

Lula: Cinco dos 13 militares dispensados ocupavam funções no Escritório de Representação no Rio de Janeiro (Mauro Pimentel/AFP)

Lula: Cinco dos 13 militares dispensados ocupavam funções no Escritório de Representação no Rio de Janeiro (Mauro Pimentel/AFP)

AO

Agência O Globo

Publicado em 18 de janeiro de 2023 às 09h42.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva dispensou nesta quarta-feira mais 13 membros das Forças Armadas que atuavam no Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Ontem, foram exonerados 40 militares responsáveis por zelar pelos palácios presidenciais. Essas dispensas são fruto da desconfiança do mandatário após a invasão à sede do Poder Executivo.

Cinco dos 13 militares dispensados ocupavam funções no Escritório de Representação no Rio de Janeiro; sete deles atuavam dentro da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial; e o último na Divisão Administrativa do GSI.

Nesta terça-feira, Lula dispensou outros 56 militares que atuavam em diferentes áreas do GSI, entre eles 40 que trabalhavam na Coordenação de Administração do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República. Lula e a primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja, planejam se mudar para o local depois da viagem para a Argentina, no dia 25 de janeiro.

Na última semana, ao falar sobre os atos terroristas de 8 de janeiro, Lula acusou “gente das Forças Armadas” de ter sido conivente com a invasão do Palácio do Planalto e afirmou estar convencido de que as portas da sede do Executivo foram abertas para os golpistas. Ele disse ainda que não pode ficar "nenhum suspeito de ser bolsonarista raiz" no Palácio.

— Eu ainda não conversei com as pessoas a respeito disso. Eu estou esperando a poeira baixar. Quero ver todas as fitas gravadas dentro da Suprema Corte, dentro do palácio. Teve muita gente conivente. Teve muita gente da PM conivente. Muita gente das Forças Armadas aqui dentro conivente. Eu estou convencido que a porta do Palácio do Planalto foi aberta para essa gente entrar porque não tem porta quebrada. Ou seja, alguém facilitou a entrada deles aqui — disse Lula, durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, na quinta-feira.

O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, afirmou em entrevista ao GLOBO no domingo que o GSI, responsável pela segurança dos prédios, será quase 100% renovado para “ter uma oxigenação”.

— O GSI está sendo mudado. Quase 100% dele será renovado para ter uma oxigenação, para botar pessoas com maior treinamento, com maior capacidade de ação e de reação. Temos que garantir um padrão de treinamento que permita proteger os três Palácios, símbolos das três instituições do Brasil.

Nesta terça-feira, no entanto, Rui Costa afirmou que as trocas não se tratavam de desconfiança e que era um rodízio natural.

— Não se trata de confiança. Mesmo dentro das áreas militares trocamos os comandantes. Então, é natural que todos os outros assessores haja um rodízio entre as pessoas. Nos cargos militares, vai haver troca e dar oportunidade a outros militares para ocupar cargos de confiança restrito a militares. Até porque, outras pessoas tem capacidade técnica que podem exercer esse cargo. Não há nenhuma novidade, nenhum mistério. Ou alguém achava que a gente ia entrar no governo e manter os assessores do governo anterior? Civil ou militar. Não é razoável que isso fosse assim — afirmou Rui a jornalistas.

Como o GLOBO mostrou, dos 80 integrantes de cargos de confiança que compõem o órgão, apenas sete foram exonerados desde a posse do petista — menos de 10% do total.

Hoje, o GSI é composto por cerca de 1.100 servidores — incluindo o pessoal da área administrativa —, sendo 80 integrantes de cargos de confiança. As mudanças promovidas até agora ocorreram de forma pontual na Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial e em departamentos ligados à logística e à capacitação.

A maioria do efetivo do GSI é composta por militares das Forças Armadas, principalmente em áreas sensíveis como na segurança de autoridades e instalações. Mas também há civis que integram, em especial, as áreas administrativa e de planejamento.

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