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Lula dá início à Ferrovia Oeste-Leste na Bahia

O primeiro trecho da ferrovia tem 537 quilômetros e vai ligar Ilhéus a Caetité (BA), beneficiando diretamente a indústria de extração de minério de ferro

Obras do PAC: Grupo 1 do programa contempla cidades em regiões metropolitanas (Oscar Cabral/VEJA)

Obras do PAC: Grupo 1 do programa contempla cidades em regiões metropolitanas (Oscar Cabral/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2011 às 22h52.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que seu governo "ensinou ao País que é possível trabalhar com dois objetivos ao mesmo tempo". Lula participou da cerimônia de assinatura das ordens de serviço dos quatro lotes do primeiro trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), no Centro de Convenções de Ilhéus, litoral sul da Bahia.

"O Brasil não sabia crescer sem inflação, não sabia exportar e fortalecer o mercado interno, parecia que uma coisa era inimiga da outra", disse. "O Brasil ora decidia que queria fazer ferrovia, ora decidia que queria fazer rodovia. Nunca se pensou que era mais interessante a gente ter a ferrovia, a rodovia e a hidrovia, um sistema de transporte intermodal, como o que estamos fazendo."

O primeiro trecho da ferrovia tem 537 quilômetros e vai ligar Ilhéus a Caetité (BA), beneficiando diretamente a indústria de extração de minério de ferro instalada no município. O investimento previsto é de R$ 2,4 bilhões e a obra deve empregar 10 mil pessoas e ser concluída em dezembro de 2012.

O segundo trecho, que vai ligar Caetité a Barreiras (BA) e permitir o escoamento da produção da fronteira agrícola do extremo oeste baiano, tem conclusão prevista para um ano depois. Após essa fase, o terceiro trecho irá ligar Barreiras a Figueirópolis (TO), onde ocorrerá a integração com a Ferrovia Norte-Sul.

O escoamento da produção será feito pelo Porto Sul, que será construído em Ilhéus. "Ainda falta o porto, que está sendo discutido, mas penso que, se tudo der certo, lá pelo mês de março a companheira Dilma (Rousseff) estará aqui para fazer o mesmo gesto que estou fazendo hoje, anunciando o começo da construção do porto", disse Lula.

Despedida

O presidente repetiu o tom de despedida do governo em seu discurso. Disse ter "a sensação do dever cumprido" e não acreditar "que alguém seja capaz de governar o País sem conhecê-lo". "É muito difícil governar sentado em uma cadeira em Brasília, no ar-condicionado", afirmou. "Ou você conhece a realidade, a cara desse povo, ou só vai fazer o que sempre foi feito, governar para apenas 30 milhões de pessoas."

Além disso, Lula defendeu as políticas assistencialistas que fortaleceu ao longo dos dois mandatos. "Não basta crescer, a gente precisa também ter política de distribuição de renda", disse. "Na crise econômica, quem sustentou a economia do País foram as classes C e D, que consumiram mais que as classes A e B. Dê a um pobre R$ 10 e ele vira um consumidor. Dê a um outro cidadão R$ 1 milhão que ele vira especulador."

Para Lula, o País encontrou a "equação perfeita" entre a "macroeconomia que não foge da responsabilidade e a microeconomia que faz com que as coisas cheguem às casas das pessoas". "Dizem que o Lula só fala de pobre. Mas os ricos não precisam do Estado, quem precisa do Estado é a parte mais pobre."

O presidente também afirmou ter feito do Brasil "um País de economia capitalista". "Não era antes porque era um País que não tinha consumidores, não tinha crédito, nem financiamento. Um país capitalista que não tem capital é o que?", questionou. "Hoje, só o Banco do Brasil tem mais crédito que todo o País tinha em 2003."

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