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Liminar diverge dos interesses da sociedade, diz Sabesp

Liminar que suspende sobretaxa sobre a conta de água é uma "decisão divergente dos interesses difusos da maioria da sociedade", diz a Sabesp

Pessoa enche copo de água em torneira: Sabesp disse que, mesmo assim, cumprirá a decisão (Marcos Santos/ USP Imagens)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2015 às 22h29.

São Paulo - A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo ( Sabesp ) divulgou há pouco comunicado ressaltando que "cumprirá, com é óbvio", a liminar que suspende a sobretaxa de até 100% sobre a conta de água para restringir o consumo.

"Todavia, entendemos que se trata de uma decisão divergente dos interesses difusos da maioria da sociedade", diz a empresa.

"Observa-se, de um lado, uma maioria que já entendeu a gravidade da situação e que desempenha notável esforço para reduzir o consumo.De outro lado, uma pequena minoria que consome mais do que a média e que não participa do esforço coletivo em prol da preservação de uma reserva hídrica mínima, necessária para garantir o futuro atendimento das necessidades básicas da população", afirma a companhia.

A Sabesp diz também que "reconhece que a escassez hídrica é um fato e já causa transtornos a alguns consumidores da região metropolitana, principalmente os localizados em áreas elevadas". "Lamentavelmente, não há como evitar esses transtornos enquanto perdurar a crise".

Ainda de acordo com a nota da companhia, a decisão judicial reconhece que "a água é bem finito e escasso e deve ser tratado como mercadoria preciosa". "No entanto, paradoxalmente, impede que o preço suba para os 'gastões' numa situação de escassez. Em decorrência de um entendimento meramente formal, e não de mérito, a decisão protege o bolso da minoria, em detrimento da segurança hídrica de todos", acrescenta.

A juíza Simone Viegas de Moraes Leme, da 8ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, deferiu nesta terça-feira (13) o pedido de liminar feito pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) contra a sobretaxa.

Na decisão, a juíza acolhe o argumento de que a lei federal 11.445, de 2007, determina que a adoção de sobretaxas para restringir o consumo de água deve ser precedida da declaração oficial de racionamento pela autoridade gestora de recursos hídricos, o que o governo Geraldo Alckmin (PSDB) descarta fazer.

A sobretaxa para quem consumir água acima da média anterior à crise foi aprovada pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo (Arsesp) na semana passada e entrou em vigor no dia 8 na Grande São Paulo e parte do interior paulista.

São Paulo – As chuvas já ficaram mais frequentes em São Paulo neste mês de novembro. Mesmo assim, dados da Sabesp mostram que o nível de água nos reservatórios que atendem a região metropolitana continua preocupante. Na sexta-feira, o Sistema Alto Tietê chegou a 4,2% de sua capacidade. O Cantareira atingiu 7,5%. Mesmo com a economia dos consumidores, a situação permanece crítica. Parte da explicação pode estar em números do governo federal. Em relatórios elaborados nos últimos anos, a Agência Nacional de Águas (ANA) constatou que o Brasil tem bastante capacidade de armazenamento de água. Porém, a maior parte de nossos recursos está na região amazônica, onde há poucos habitantes. Já em 2010, um documento da ANA previa que, até 2015, 55% dos municípios do país poderiam ter abastecimento deficitário. Veja nos slides acima esses e outros números que mostram o quadro do abastecimento de água no Brasil e evidenciam que esse deve ser um problema presente em nosso cotidiano nos próximos anos.
  • 2. Cidades que desperdiçam

    2 /2(Marcos Santos/ USP Imagens)

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    "Todavia, entendemos que se trata de uma decisão divergente dos interesses difusos da maioria da sociedade", diz a empresa.

    "Observa-se, de um lado, uma maioria que já entendeu a gravidade da situação e que desempenha notável esforço para reduzir o consumo.De outro lado, uma pequena minoria que consome mais do que a média e que não participa do esforço coletivo em prol da preservação de uma reserva hídrica mínima, necessária para garantir o futuro atendimento das necessidades básicas da população", afirma a companhia.

    A Sabesp diz também que "reconhece que a escassez hídrica é um fato e já causa transtornos a alguns consumidores da região metropolitana, principalmente os localizados em áreas elevadas". "Lamentavelmente, não há como evitar esses transtornos enquanto perdurar a crise".

    Ainda de acordo com a nota da companhia, a decisão judicial reconhece que "a água é bem finito e escasso e deve ser tratado como mercadoria preciosa". "No entanto, paradoxalmente, impede que o preço suba para os 'gastões' numa situação de escassez. Em decorrência de um entendimento meramente formal, e não de mérito, a decisão protege o bolso da minoria, em detrimento da segurança hídrica de todos", acrescenta.

    A juíza Simone Viegas de Moraes Leme, da 8ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, deferiu nesta terça-feira (13) o pedido de liminar feito pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) contra a sobretaxa.

    Na decisão, a juíza acolhe o argumento de que a lei federal 11.445, de 2007, determina que a adoção de sobretaxas para restringir o consumo de água deve ser precedida da declaração oficial de racionamento pela autoridade gestora de recursos hídricos, o que o governo Geraldo Alckmin (PSDB) descarta fazer.

    A sobretaxa para quem consumir água acima da média anterior à crise foi aprovada pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo (Arsesp) na semana passada e entrou em vigor no dia 8 na Grande São Paulo e parte do interior paulista.

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