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PSB pode destituir líder da Câmara que apoia Temer

Tereza Cristina tem votado de maneira contrária à denúncia contra o presidente e não respeita as orientações da legenda, que quer aprovar as investigações

Tereza Cristina: ela tem votado contra a denúncia (Tereza Cristina/Divulgação)

Tereza Cristina: ela tem votado contra a denúncia (Tereza Cristina/Divulgação)

AB

Agência Brasil

Publicado em 17 de outubro de 2017 às 06h37.

Última atualização em 8 de novembro de 2018 às 12h40.

Às vésperas da votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), o PSB recomendou na noite de hoje (16) a destituição imediata da líder do partido na Câmara dos Deputados, Tereza Cristina (MS).

A decisão foi tomada durante reunião do diretório nacional da legenda, que havia se reunido para deliberar sobre a possível expulsão de quatro deputados federais da sigla, mas foi impedida por uma liminar da Justiça.

Com a impossibilidade de analisarem os processos disciplinares abertos no Conselho de Ética do PSB contra Danilo Forte (CE), Fábio Garcia (MT), Tereza Cristina (MS) e Fernando Coelho Filho (PE), os integrantes do partido decidiram pedir a saída de Cristina, que tem votado de maneira favorável a Temer e contrária a orientações da legenda. Licenciado da Câmara, o deputado Fernando Coelho Filho é ministro de Minas e Energia do governo Temer.

"Queremos um líder que cumpra as decisões do partido, que represente o partido e a posição majoritária da bancada, que é favorável à apuração dos crimes de que é acusado o senhor Michel Temer", afirmou o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, após o encontro. Ele informou que a recomendação de que a bancada do partido destitua a líder "no dia de amanhã ou no máximo depois de amanhã" foi tomada de forma unânime.

Desde o início da noite, os membros do diretório buscavam alternativas de sanção, após o juiz Hilmar Castelo Branco, da 21ª Vara Cível de Brasília, conceder uma liminar aos quatro deputados impedindo o partido de julgar o assunto no dia de hoje.

O PSB recorreu da decisão, mas um desembargador do Tribunal de Justiça negou o recurso. Com isso, o diretório agendou uma nova reunião para o dia 26, para que possa decidir se expulsa ou não os parlamentares que votaram contra o partido e a favor da reforma trabalhista na Câmara dos Deputados.

Para que a líder seja destituída, os deputados da sigla precisam recolher a assinatura de mais da metade dos integrantes da bancada, que hoje é formada por 36 parlamentares. Além dos quatro deputados, há mais nove parlamentares cujos processos ainda estão em análise pelo Conselho de Ética do PSB.

O presidente Carlos Siqueira não descartou que esses integrantes "se ajustem" às posições e permaneçam na legenda, mas avalia haver um "constrangimento" por parte da bancada da Câmara favorável à denúncia contra Temer, já que Danilo Forte e Fábio Garcia, caso sejam mantidos na CCJ, devem descumprir novamente a determinação do PSB e votar para adiar as investigações.

"Nós não queremos mais esses [quatro] parlamentares no PSB. Eles devem procurar o seu destino. Temos o maior apreço pessoal por eles, mas do ponto de vista político estamos em total dissonância e não iremos permitir que o partido permaneça com a minoria querendo mandar na maioria. Isso é impossível. Quem quiser se ajustar às posições do partido, poderá fazê-lo. E os que não desejarem, que tomem seu rumo", disse.

A Agência Brasil buscou contato com a líder Tereza Cristina, mas não obteve retorno até o fechamento da reportagem.

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