Laudo descarta falha no solo em acidente no Itaquerão
O acidente no final de novembro culminou na morte de dois operários e virou alvo de polêmica entre a Odebrecht e a prestadora de serviços Locar
Da Redação
Publicado em 16 de abril de 2014 às 16h46.
São Paulo - A Odebrecht apresentou nesta quarta-feira um estudo que mostra que a queda da treliça de aço na cobertura do Itaquerão não foi ocasionada por problema no solo do terreno em Itaquera.
O acidente no final de novembro culminou na morte de dois operários e virou alvo de polêmica entre a empresa e a prestadora de serviços Locar, que disponibilizou o guindaste fabricado pela Liebherr.
"Fizemos 500 folhas de relatórios, com modelos tridimensionais, que mostram que a pista executada e o terreno não contribuíram para a ocorrência do acidente. Também vimos que a água não penetra no aterro compactado e, portanto, não amoleceu o solo. E detectamos que as tensões de ruptura do solo são superiores às pressões aplicadas pela esteira do guindaste", explica Roberto Kochen, diretor técnico da GeoCompany e professor da Escola Politécnica da USP.
O trabalho levou três meses para ser feito e, depois disso, recorreu à aprovação de outros profissionais.
"Submetemos o relatório a três especialistas renomados, que fizeram seus laudos e acharam que nossas conclusões estavam corretas. Um deles, o Alberto Henrique Teixeira, afirmou que a própria forma da lança do guindaste demonstra que não houve ruptura do solo", continua Kochen.
Ele lembra que foi construído especialmente para essa obra um aterro compactado de pelo menos quatro metros. "Ele tem capacidade de se deformar muito pouco e foi comprovada por ensaios a alta resistência à ruptura. Não havia possibilidade da carga da esteira do guindaste ser transmitida para além da área compactada."
Recentemente, o professor da UFRJ, Antônio Carlos Guimarães, afirmou que em laudo feito a pedido da empresa Liebherr, fabricante do guindaste, foi detectado que houve problema no solo e que isso foi a causa do acidente.
Na realidade, são dois laudos distintos, contratados por empresas diferentes. A Odebrecht sustenta sua versão e aguarda o laudo definitivo da outra parte.
Marcelo do Lago Luiz, que pertence ao departamento jurídico da Odebrecht Infraestrutura, lembra que a empresa se esforçou para chegar a uma conclusão.
"A Odebrecht se dedicou a fazer um estudo, que mostrou que não houve problema no solo. Cito ainda que no começo de dezembro vieram técnicos da Alemanha para retirar a caixa preta do guindaste. Eles levaram para a Europa para decodificar os dados, mas dois meses depois eles informaram que os dados não haviam sido gravados", diz.
Com o laudo, a Odebrecht agora aguarda o resultado do relatório que está sendo feito pelo IPT, mas não acredita em grandes reviravoltas, até porque o órgão usou os mesmos parâmetros que a GeoCompany utilizou em sua pesquisa.
A empresa lembra ainda que já pagou o seguro para as famílias das duas vítimas do acidente em 27 de novembro.
"Houve o acerto com as famílias e os valores já foram pagos. Não podemos falar de quanto, pois existe uma cláusula de confidencialidade. Mas já está tudo certo", conclui Marcelo do Lago Luiz.
São Paulo - A Odebrecht apresentou nesta quarta-feira um estudo que mostra que a queda da treliça de aço na cobertura do Itaquerão não foi ocasionada por problema no solo do terreno em Itaquera.
O acidente no final de novembro culminou na morte de dois operários e virou alvo de polêmica entre a empresa e a prestadora de serviços Locar, que disponibilizou o guindaste fabricado pela Liebherr.
"Fizemos 500 folhas de relatórios, com modelos tridimensionais, que mostram que a pista executada e o terreno não contribuíram para a ocorrência do acidente. Também vimos que a água não penetra no aterro compactado e, portanto, não amoleceu o solo. E detectamos que as tensões de ruptura do solo são superiores às pressões aplicadas pela esteira do guindaste", explica Roberto Kochen, diretor técnico da GeoCompany e professor da Escola Politécnica da USP.
O trabalho levou três meses para ser feito e, depois disso, recorreu à aprovação de outros profissionais.
"Submetemos o relatório a três especialistas renomados, que fizeram seus laudos e acharam que nossas conclusões estavam corretas. Um deles, o Alberto Henrique Teixeira, afirmou que a própria forma da lança do guindaste demonstra que não houve ruptura do solo", continua Kochen.
Ele lembra que foi construído especialmente para essa obra um aterro compactado de pelo menos quatro metros. "Ele tem capacidade de se deformar muito pouco e foi comprovada por ensaios a alta resistência à ruptura. Não havia possibilidade da carga da esteira do guindaste ser transmitida para além da área compactada."
Recentemente, o professor da UFRJ, Antônio Carlos Guimarães, afirmou que em laudo feito a pedido da empresa Liebherr, fabricante do guindaste, foi detectado que houve problema no solo e que isso foi a causa do acidente.
Na realidade, são dois laudos distintos, contratados por empresas diferentes. A Odebrecht sustenta sua versão e aguarda o laudo definitivo da outra parte.
Marcelo do Lago Luiz, que pertence ao departamento jurídico da Odebrecht Infraestrutura, lembra que a empresa se esforçou para chegar a uma conclusão.
"A Odebrecht se dedicou a fazer um estudo, que mostrou que não houve problema no solo. Cito ainda que no começo de dezembro vieram técnicos da Alemanha para retirar a caixa preta do guindaste. Eles levaram para a Europa para decodificar os dados, mas dois meses depois eles informaram que os dados não haviam sido gravados", diz.
Com o laudo, a Odebrecht agora aguarda o resultado do relatório que está sendo feito pelo IPT, mas não acredita em grandes reviravoltas, até porque o órgão usou os mesmos parâmetros que a GeoCompany utilizou em sua pesquisa.
A empresa lembra ainda que já pagou o seguro para as famílias das duas vítimas do acidente em 27 de novembro.
"Houve o acerto com as famílias e os valores já foram pagos. Não podemos falar de quanto, pois existe uma cláusula de confidencialidade. Mas já está tudo certo", conclui Marcelo do Lago Luiz.