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Kerry recebe Luiz Alberto Figueiredo após caso de espionagem

A reunião é realizada a pedido dos Estados Unidos e tratará da agenda bilateral, incluindo a questão da espionagem contra Dilma

O chanceler brasileiro Luiz Fernando Figueiredo durante entrevista coletiva em Brasília: o encontro acontece em um momento de tensão nas relações bilaterais (Evaristo Sa/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2013 às 08h00.

Nova York - O chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, se reunirá nesta sexta-feira com o secretário americano de Estado, John Kerry, em Nova York, após o escândalo de espionagem envolvendo a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) e autoridades do Brasil.

O encontro está previsto para às 1035 local (11H35 Brasília) em um hotel de Manhattan, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, confirmou o departamento de Estado à AFP.

A reunião é realizada a pedido dos Estados Unidos e tratará da agenda bilateral, incluindo a questão da espionagem praticada pela NSA contra várias autoridades brasileiras, inclusive a presidente Dilma Rousseff, assinalaram fontes diplomáticas em Nova York.

O encontro acontece em um momento de tensão nas relações bilaterais, e após Dilma decidir suspender sua visita oficial a Washington, prevista para 23 de outubro, devido às denúncias de espionagem contra o governo brasileiro.

Dilma pronunciou na terça-feira, na abertura da Assembleia Geral da ONU, um duro discurso para denunciar a espionagem praticada pela administração do presidente Barack Obama, qualificada de "violação do direito internacional", e defendeu um controle multilateral do uso da Internet.

Em um inflamado discurso, Dilma pediu para a ONU "desempenhar um papel de liderança no esforço de regular o comportamento dos Estados frente a essas tecnologias".


"Imiscuir-se dessa forma na vida de outros países fere o Direito Internacional e afronta os princípios que devem reger as relações entre eles, sobretudo, entre nações amigas".

"Este é o momento de criarmos as condições para evitar que o espaço cibernético seja instrumentalizado como arma de guerra por meio da espionagem, da sabotagem, dos ataques contra sistemas e infraestrutura de outros países", e que ele não pode se converter em um "novo campo de batalha entre os Estados".

Dilma anunciou diante da Assembleia Geral que o Brasil buscará estabelecer "um marco civil multilateral para a governança e o uso da internet e de medidas que garantam uma efetiva proteção dos dados que por ela trafegam".

Documentos vazados pelo ex-analista de Inteligência Edward Snowden e publicados na imprensa indicam que a Agência Nacional de Segurança espionou comunicações de Dilma, de diversos funcionários do governo brasileiro e até da Petrobras.

Obama afirmou na Assembleia Geral, também na terça-feira, que os EUA começaram "a revisar o modo como obtemos informação de inteligência para ter um equilíbrio correto entre as legítimas preocupações de segurança de nossos cidadãos e aliados e as preocupações privadas que o mundo todo compartilha", mas em nenhum momento se desculpou pela espionagem da NSA.

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Nova York - O chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, se reunirá nesta sexta-feira com o secretário americano de Estado, John Kerry, em Nova York, após o escândalo de espionagem envolvendo a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) e autoridades do Brasil.

O encontro está previsto para às 1035 local (11H35 Brasília) em um hotel de Manhattan, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, confirmou o departamento de Estado à AFP.

A reunião é realizada a pedido dos Estados Unidos e tratará da agenda bilateral, incluindo a questão da espionagem praticada pela NSA contra várias autoridades brasileiras, inclusive a presidente Dilma Rousseff, assinalaram fontes diplomáticas em Nova York.

O encontro acontece em um momento de tensão nas relações bilaterais, e após Dilma decidir suspender sua visita oficial a Washington, prevista para 23 de outubro, devido às denúncias de espionagem contra o governo brasileiro.

Dilma pronunciou na terça-feira, na abertura da Assembleia Geral da ONU, um duro discurso para denunciar a espionagem praticada pela administração do presidente Barack Obama, qualificada de "violação do direito internacional", e defendeu um controle multilateral do uso da Internet.

Em um inflamado discurso, Dilma pediu para a ONU "desempenhar um papel de liderança no esforço de regular o comportamento dos Estados frente a essas tecnologias".


"Imiscuir-se dessa forma na vida de outros países fere o Direito Internacional e afronta os princípios que devem reger as relações entre eles, sobretudo, entre nações amigas".

"Este é o momento de criarmos as condições para evitar que o espaço cibernético seja instrumentalizado como arma de guerra por meio da espionagem, da sabotagem, dos ataques contra sistemas e infraestrutura de outros países", e que ele não pode se converter em um "novo campo de batalha entre os Estados".

Dilma anunciou diante da Assembleia Geral que o Brasil buscará estabelecer "um marco civil multilateral para a governança e o uso da internet e de medidas que garantam uma efetiva proteção dos dados que por ela trafegam".

Documentos vazados pelo ex-analista de Inteligência Edward Snowden e publicados na imprensa indicam que a Agência Nacional de Segurança espionou comunicações de Dilma, de diversos funcionários do governo brasileiro e até da Petrobras.

Obama afirmou na Assembleia Geral, também na terça-feira, que os EUA começaram "a revisar o modo como obtemos informação de inteligência para ter um equilíbrio correto entre as legítimas preocupações de segurança de nossos cidadãos e aliados e as preocupações privadas que o mundo todo compartilha", mas em nenhum momento se desculpou pela espionagem da NSA.

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