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Justiça torna réus Parreira e ex-auxiliares de Anastasia

A ação foi proposta pelo Ministério Público Estadual por causa do contrato firmado entre o governo mineiro, o treinador e a empresa Alfa Consultoria Esportiva


	Para os promotores, a contratação de Parreira caracterizou improbidade administrativa porque foi feita sem licitação
 (Reginaldo Teixeira/Contigo)

Para os promotores, a contratação de Parreira caracterizou improbidade administrativa porque foi feita sem licitação (Reginaldo Teixeira/Contigo)

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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2014 às 10h03.

Belo Horizonte - A Justiça de Minas Gerais acatou ação e transformou em réu o ex-coordenador técnico da seleção brasileira Carlos Alberto Parreira, além do ex-secretário extraordinário da Copa em Minas Gerais, Sérgio Barroso, e o atual secretário de Turismo e Esportes do Estado, Tiago Lacerda, que sucedeu a Barroso na extinta Secopa.

A ação foi proposta pelo Ministério Público Estadual por causa do contrato firmado entre o governo mineiro, o treinador e a empresa Alfa Consultoria Esportiva, assinado em abril de 2012, durante a gestão do ex-governador Antonio Anastasia (PSDB) - hoje candidato ao Senado e ex-coordenador do programa de governo do presidenciável tucano, senador Aécio Neves (MG). O objetivo do contrato, de R$ 1,2 milhão, era atrair para o Estado seleções que vieram ao Brasil disputar a Copa do Mundo.

Lacerda é filho do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, do PSB. Apesar de ser do partido de Eduardo Campos, candidato à Presidência, o prefeito é aliado de Aécio.

Pelo acordo, Parreira atuaria como uma espécie de "embaixador" para divulgar o Estado no exterior, além de prestar consultoria a 19 municípios interessados em servir de base para seleções estrangeiras no Mundial.

Ele, porém, abandonou a função sete meses depois de assinar o contrato, ao ser chamado pela Confederação Brasileira de Futebol para ser coordenador técnico - cargo do qual foi dispensado após o término da Copa do Mundo no Brasil.

Para os promotores, a contratação de Parreira caracterizou improbidade administrativa porque foi feita sem licitação - a justificativa do governo foi de "notória especialização". Além disso, a ação civil pública aponta irregularidade na rescisão "amigável" do contrato (em novembro de 2012), na qual o Estado pagou R$ 279 mil a Parreira.

Devolução.

A Promotoria afirma que o Estado deveria exigir a devolução do dinheiro pago a Parreira, já que ele não cumpriu o contrato, que previa a entrega de dez "produtos", entre os quais relatórios sobre as 19 cidades mineiras e de cinco "tours internacionais" para contatos com confederações de futebol.

Entre as medidas solicitadas à Justiça está o bloqueio de bens dos envolvidos.

O governo mineiro, por meio de sua assessoria, informou que não havia sido notificado sobre a ação. Parreira não foi localizado. Na Alfa Consultoria ninguém atendeu ontem o telefone.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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