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Justiça acata denúncias contra executivos de empreiteiras

Entre os suspeitos denunciados pelo Ministério Público, estão o presidente da OAS e o diretor-presidente da Galvão Engenharia

Agentes da Polícia Federal durante a sétima fase da Operação Lava Jato, em São Paulo (Nacho Doce/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2014 às 20h49.

Rio de Janeiro - A Justiça Federal do Paraná acatou novas denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal (MPF), no caso que investiga suposto esquema de corrupção na Petrobras , contra 11 suspeitos, incluindo o presidente da Construtora OAS , José Aldemário Pinheiro Filho, e o diretor-presidente da Galvão Engenharia , Jean Alberto Luscher Castro.

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso neste ano pela Polícia Federal, e o doleiro Alberto Youssef também são réus nos processos que envolvem as duas empresas, além da ação penal relacionada à Engevix Engenharia, aceitos pela justiça na sexta-feira.

Na quinta-feira, executivos de seis das maiores empreiteiras do Brasil foram denunciados à Justiça acusados de participar do suposto esquema, com o MPF pedindo que as empresas façam o ressarcimento de 1,186 bilhão de reais.

Os denunciados enfrentam uma ampla gama de acusações decorrentes da Operação Lava Jato , da Polícia Federal, por crimes de corrupção, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro, em um caso histórico que atingiu uma das maiores empresas da América Latina.

As denúncias apresentadas pelo MPF envolveram ao todo 36 pessoas, 23 delas vinculadas a OAS, Camargo Corrêa, UTC Engenharia, Galvão Engenharia, Mendes Júnior, além da Engevix.

Devido à complexidade das denúncias, a Justiça está acatando aos poucos as sugestões do MPF. Nesta segunda-feira, as ações penais tiveram como objetivo uma fração desses crimes, especialmente aqueles supostamente praticados "por empregados e dirigentes de empreiteiras e empresas do Grupo OAS" e "por empregados e dirigentes da empreiteira Galvão Engenharia", segundo o parecer da Justiça.

Tanto a OAS quanto a Galvão Engenharia, segundo a denúncia do MPF, teriam vencido individualmente ou em consórcio obras contratadas pela Petrobras. No suposto esquema criminoso, os dirigentes da Galvão Engenharia e da OAS teriam destinado pelo menos cerca de 1 por cento sobre o valor dos contratos e aditivos à diretoria de Abastecimento da Petrobras, parte destes valores sendo destinado exclusivamente a Costa, segundo a Justiça.

Na última sexta-feira, a Justiça acatou as primeiras denúncias apresentadas pelo MPF no caso que investiga suposto esquema de corrupção na Petrobras, apontando os primeiros nove réus no processo, dentre eles também estavam Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef. Na ocasião, a Justiça focou também em uma fração de denúncias, especialmente em crimes supostamente praticados por empregados e dirigentes da empreiteira Engevix Engenharia.

Na primeira etapa dos trabalhos do MPF, Costa, que fechou um acordo de delação premiada, foi o único ligado à estatal citado. No entanto, o MPF assegurou que novas acusações viriam.

Na noite de domingo, o MPF denunciou o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, além de Fernando Antônio Falcão Soares, conhecido como Fernando Baiano, acusado de ser operador do esquema, o doleiro Alberto Youssef e Júlio Gerin de Almeida Camargo, da empresa Toyo Setal. Eles foram denunciados por prática de corrupção contra o sistema financeiro nacional e de lavagem de capitais, crimes que teriam ocorrido entre 2006 e 2012.

São Paulo - Nove empreiteiras foram alvo da Polícia Federal nesta sexta-feira. A sétima fase da Operação Lava Jato , que investigadesvio de 10 bilhões de reais da Petrobras , fez busca e apreensão nas empresas. Alguns executivos foram presos, para prestar depoimento sobre possível ligação com o esquema de corrupção . Veja nas fotos quais empresas estão sendo investigadas e o que dizem sobre a operação.
  • 2. Odebrecht

    2 /10(Paulo Fridman/Bloomberg)

  • Veja também

    A empresa divulgou nota em que afirma que a Polícia Federal esteve em seu escritório no Rio de Janeiro nesta sexta-feira, para cumprir mandado de busca e apreensão de documentos, expedido no âmbito das investigações sobre supostos crimes cometidos por ex-diretor da Petrobras.“A equipe foi recebida na empresa e obteve todo o auxílio para acessar qualquer documento ou informação buscada”, diz a nota da empresa.A Odebrecht afirma ainda que “está inteiramente à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos sempre que necessário”.
  • 3. UTC Engenharia

    3 /10(Divulgação)

  • A empresa afirmou que “colabora desde o início das investigações e continuará à disposição das autoridades para prestar as informações necessárias”.
  • 4. OAS

    4 /10(Divulgação/PAC)

    A OAS afirmou que “foram prestados todos os esclarecimentos solicitados e dado acesso às informações e documentos requeridos pela Polícia Federal, em visita à sua sede em São Paulo”. A empresa diz ainda que “está à inteira disposição das autoridades e vai continuar colaborando no que for necessário para as investigações”.
  • 5. Engevix

    5 /10(Divulgação/ Engevix)

    Contatada por EXAME.com, a empresa afirmou apenas que “por meio dos seus advogados e executivos, prestará todos os esclarecimentos que forem solicitados”.
  • 6. Galvão Engenharia

    6 /10(Divulgação/ Galvão Engenharia)

    Em nota, a Galvão Engenharia afirmou que "tem colaborado com todas as investigações referentes à Operação Lava Jato e está permanentemente à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos necessários".
  • 7. Queiroz Galvão

    7 /10(Divulgação)

    A empresa se manifestou através de nota:"A Queiroz Galvão reitera que todas as suas atividades e contratos seguem rigorosamente a legislação em vigor e está à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos necessários."
  • 8. Camargo Corrêa

    8 /10(Divulgação)

    Em nota, a Camargo Corrêa disse que sempre esteve à disposição das autoridades. Veja a nota:“A Construtora Camargo Corrêa repudia as ações coercitivas, pois a empresa e seus executivos desde o início se colocaram à disposição das autoridades e vêm colaborando com os esclarecimentos dos fatos.”
  • 9. Mendes Junior

    9 /10(Divulgação)

    "O vice-presidente da Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, estava em viagem com a família na manhã desta sexta-feira (14/11). Assim que soube do mandado de prisão, tomou providências para se apresentar ainda hoje à Polícia Federal em Curitiba (PR). A Mendes Júnior está colaborando com as investigações, contribuindo para o acesso às informações solicitadas."
  • 10. Iesa

    10 /10(Divulgação IESA)

    EXAME.com não conseguiu contato com nenhum porta-voz da empresa até a publicação da reportagem.
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