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Júri condena cinco pela morte da deputada Ceci Cunha

O ex-deputado Talvane Albuquerque foi condenado como mandante do assassinato

Ceci Cunha, o marido e mais dois parentes foram assassinados em 1998 em Maceió. Seus filhos aparecem no congresso prestando homenagem (Roosewelt Pinheiro/ABr)

Ceci Cunha, o marido e mais dois parentes foram assassinados em 1998 em Maceió. Seus filhos aparecem no congresso prestando homenagem (Roosewelt Pinheiro/ABr)

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Da Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2012 às 07h53.

Brasília – Os cinco acusados de envolvimento nas mortes da deputada Ceci Cunha, do marido e mais dois parentes dela foram considerados culpados hoje (19) pelos crimes. A decisão foi do júri popular formado para analisar o caso. O ex-deputado Talvane Albuquerque foi condenado como mandante do assassinato. Os outros quatro - José Alexandre dos Santos, Mendonça Medeiros da Silva, Jadielson da Silva e Alécio Vasco - foram considerados autores materiais.

A leitura das sentenças pelo juiz da 1ª Vara Federal de Alagoas, André Granja, deve terminar na manhã de hoje. Os réus ainda podem recorrer da sentença no Tribunal Regional Federal da 5ª Região. O caso foi a julgamento 13 anos depois de os crimes terem sido cometidos.

Jadielson Barbosa recebeu pena de 105 anos de prisão em regime fechado. Alécio Alves Vasco foi condenado a 87 anos e três meses, também em regime fechado. José Alexandre dos Santos, o Piaba, recebeu pena de 105 anos. Mendonça Medeiros da Silva cumprirá pena de 75 anos e 7 meses.

Ceci Cunha, o marido e mais dois parentes foram assassinados em 1998 em Maceió (AL). O primeiro julgamento relativo ao crime começou há três dias com o depoimento de testemunhas e o interrogatório de dois acusados, José Alexandre e Mendonça Medeiros.

Anteontem (17) foram ouvidos Alécio, Jadielson e Talvane. Todos negaram participação no crime, inclusive os réus confessos, que alegaram ter sido torturados para assumir a autoria. Ontem, o último dia do julgamento, houve alegações finais da acusação e da defesa. Essa etapa durou dez horas – foram três horas de exposição para cada lado, com mais duas de réplica e tréplica.

A acusação usou gráficos de rastreamento telefônico dos acusados por meio de torres de celular. Eles revelaram a movimentação da deputada e dos supostos assassinos, conforme acusação do Ministério Público (MP) antes e no dia do crime, incluindo a rota de fuga. Também lembrou a ligação gravada entre Talvane e o pistoleiro Chapéu de Couro para tratar da morte do deputado Augusto Farias, que, segundo o MP, acabou sendo substituído por Ceci Cunha na mira do assassino.

A defesa dos réus levantou dúvidas sobre o conteúdo do depoimento da irmã de Ceci, Claudinete Maranhão, única sobrevivente da chacina, ao lado do filho dela que na época era um bebê. Os advogados argumentaram que ela deve ter se confundindo ao reconhecer Jadielson como um dos autores dos disparos. Também disseram que as testemunhas estavam sugestionadas a culpar Talvane desde o início.

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