Janot quer Temer; “cx2” de Aécio…
Temer x Janot? O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu autorização ao relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, para colher o depoimento do presidente Michel Temer, que teria feito, na opinião de Janot, uma “confissão espontânea” nos áudios gravados pelo sócio do grupo alimentício J&F, Joesley Batista. Janot também solicitou ouvir o […]
Da Redação
Publicado em 26 de maio de 2017 às 19h03.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h02.
Temer x Janot?
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu autorização ao relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, para colher o depoimento do presidente Michel Temer, que teria feito, na opinião de Janot, uma “confissão espontânea” nos áudios gravados pelo sócio do grupo alimentício J&F, Joesley Batista. Janot também solicitou ouvir o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e do deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), como parte das investigações pelo inquérito resultante das delações de Joesley. A PGR disse a Fachin que o depoimento de Temer deve acontecer “nos moldes definidos” por ele.
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Rapidez
Janot também pediu celeridade no processo, e disse que, por haver investigados, o prazo para investigação da Polícia Federal e da PGR deve ser mais curto. Após a delação de Joesley Batista, na última quarta-feira, estão presos Andrea Neves e Frederico Pacheco de Medeiros, irmã e prima de Aécio, e Mendherson Souza Lima, ex-assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG). Janot acredita que o inquérito deve ser concluído em dez dias e a denúncia, apresentada em cinco dias.
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“cx2”
Segundo o jornal O Globo, dentre os documentos apreendidos pela Polícia Federal no apartamento do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) em operação da Lava-Jato no último dia 18, havia uma anotação com possível referência a repasses recebidos por “caixa 2” em campanhas eleitorais. “Diversos documentos acondicionados em saco plástico transparente, dentre eles um papel azul com senhas, diversos comprovantes de depósitos e anotações manuscritas, dentre elas a inscrição ‘cx 2’”, diz relatório entregue ao Supremo Tribunal Federal. Do imóvel na Avenida Vieira Souto, no Rio de Janeiro, também foram levados 15 quadros e uma escultura, além de uma série de papéis e objetos, como um aparelho bloqueador de sinal telefônico, um telefone celular e um pen drive. No gabinete de Aécio no Senado, foi apreendida uma pasta com “folhas impressas contendo planilhas com indicações para cargos federais, com remuneração e direcionamento em qual partido político pertence ou foi indicado” e uma “folha manuscrita contendo dados de CNO (Construtora Norberto Odebrecht)”. A assessoria do senador não se manifestou para esclarecer o teor dos documentos.
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Mendes: decisão é do Supremo
Questionado sobre uma possível revisão do acordo de delação da JBS, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, disse que cabe ao Supremo Tribunal Federal a decisão sobre o rito de homologação dos depoimentos. O acordo de delação foi fechado por Joesley com a Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público Federal, e depois homologado pelo relator da Lava-Jato, Edson Fachin. Mas o acordo foi considerado muito brando à JBS, gerando críticas inclusive do presidente Michel Temer, que disse que “o autor do grampo está livre e solto passeando pelas ruas de Nova York”.
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A lealdade do PSDB
Em reunião com figurões do PSDB na casa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente interino da legenda, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), disse que a permanência do partido na base aliada de Temer vai depender da decisão tomada pelo Tribunal Superior Eleitoral no julgamento da chapa Dilma-Temer. Jereissati afirmou que qualquer decisão será tomada passará pela “avaliação” de Temer. O julgamento acontece de 6 a 8 de junho e pode caçar o presidente por fraudes eleitorais na campanha de 2014. Participaram do encontro com Jereissati o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e o prefeito João Doria (PSDB-SP).
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Cracolândia
Depois de ação conjunta entre Prefeitura da capital e Governo do Estado de São Paulo, de desocupação da região da Cracolândia, no centro da cidade, dobrou o número de dependentes de drogas no novo ponto escolhido, a praça Princesa Isabel. Relatório da Guarda Civil Metropolitana cedido ao jornal Folha de S. Paulo mostra que entre a quarta-feira 24 e hoje, o número de usuários no local passou de 300 para 600. São 23 pontos da cidade ocupados desde a ação. O prefeito João Doria (PSDB) pediu nesta semana, à Justiça, autorização para internar dependentes químicos à força. A atitude foi reprovada por ONGs e movimentos de Direitos Humanos. A ONU chegou a demonstrar em carta “uma profunda preocupação pelo uso excessivo da força por parte das forças de segurança do Estado brasileiro”.
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41ª fase da Lava-Jato
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira a Operação Poço Seco, 41ª fase da Lava-Jato. Os principais alvos são um ex-gerente da área Internacional e um ex-banqueiro da empresa Companie Beninoise des Hydrocarbures SARL (CBH) suspeitos de terem recebido mais de 5,5 milhões de dólares em propinas no caso da aquisição pela Petrobras de direitos de exploração de petróleo em Benin, na África, ação em que já foi condenado o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os executivos não identificados pela PF responderão pelos crimes de corrupção, fraude em licitações, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, dentre outros.
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Chacina no Pará
O governo do Pará afastou 21 policiais militares e oito policiais civis que participaram da operação de reintegração de posse, na quarta-feira, que terminou na morte de 10 sem-terra, na Fazenda Santa Lúcia, em Pau D´Arco, no sudeste do estado. O afastamento é temporário. A chacina ocorreu na Fazenda Santa Lúcia durante ação policial para cumprir 16 mandados judiciais expedidos pela Vara Agrária de Redenção (PA) contra integrantes do grupo de sem terra suspeitos de participar do homicídio do vigilante da propriedade rural Marcos Batista Montenegro, no dia 30 de abril. Os policiais afirmam que foram recebidos a tiros na fazenda e que, por isso, reagiram. Foi o maior número de mortos em conflitos no campo desde o massacre de Eldorado de Carajás, também no Pará, quando morreram 19 em confronto com a Polícia Militar.