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Janaína elogia Bolsonaro sobre vídeo de aluna; "Incita ódio", diz Manuela

Vídeo mostra uma aluna confrontando uma professora de gramática depois de ela criticar Olavo de Carvalho

Janaína Paschoal: parlamentar mais votada em 2018 parabenizou Bolsonaro nas redes (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Janaína Paschoal: parlamentar mais votada em 2018 parabenizou Bolsonaro nas redes (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de abril de 2019 às 09h19.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o projeto Escola Sem Partido, que combate uma suposta doutrinação política e ideológica que seria praticada por professores em sala de aula. Na manhã deste domingo, 28, ele publicou em suas redes sociais um vídeo no qual uma aluna de cursinho questiona as opiniões de uma educadora sobre o escritor Olavo de Carvalho, considerado o "guru" dos Bolsonaro. Ao comentar o filme, o presidente afirmou que "professor tem que ensinar e não doutrinar".

https://twitter.com/jairbolsonaro/status/1122466597644505089?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1122466597644505089&ref_url=https%3A%2F%2Fexame.com%2Fbrasil%2Fpara-bolsonaro-se-escola-tiver-partidos-que-tenha-os-dois-lados%2F

Horas depois, ao chegar ao apartamento do filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que neste domingo comemorou aniversário, Bolsonaro disse que não pode existir apenas um lado nas salas de aula. "Nós queremos a escola sem partidos ou, se tiver partidos, que tenha os dois lados. Não pode é ter um lado só na escola, isso leva ao que não queremos", declarou, sem dar detalhes.

Parlamentar mais votada em 2018, a deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP) parabenizou Bolsonaro nas redes. "Todo apoio ao presidente (por publicar o vídeo da aluna) e à aluna, que educadamente exigiu o básico: aula! Os professores podem se manifestar, mas os alunos também podem! Só o que pedimos são escolas plurais. Nada além disso!"

Manuela D'Avila (PCdoB-RS), que foi candidata a vice-presidente na chapa do petista Fernando Haddad, afirmou que Bolsonaro, "ao invés de acolher professores, os hostiliza". E que, "ao invés de estimular respeito, incita ódio".

"Direito dos alunos"

Para o ministro da Educação, Abraham Weintraub, filmar professores em sala de aula é um direito dos alunos. Ele disse que ainda irá analisar o conteúdo dos vídeos compartilhados pelo presidente e o filho para saber se alguma irregularidade foi cometida pelos educadores.

"Não incentivo ninguém a filmar uma conversa na rua, mas as pessoas têm o direito de filmar. Isso é liberdade individual de cada um. Vou olhar os casos com calma. Não faremos nada de supetão", afirmou Weintraub.

O vídeo mostra uma aluna confrontando uma professora de gramática depois de ela afirmar que Olavo de Carvalho é "uma anta porque mete o pau em tudo". A estudante, então, avisa que filmou a aula e afirma ter perdido 25 minutos ouvindo opiniões político-partidárias e não aprendendo gramática. "Não estou pagando cursinho para isso", reclama, informando ainda que vai procurar o diretor da instituição, que não teve o nome revelado.

O vídeo compartilhado neste domingo pelo presidente foi publicado originalmente nos perfis do Escola Sem Partido no Facebook e também no Twitter, canais constantemente usados para citar professores que estariam expondo suas opiniões políticas. Depois da divulgação por Bolsonaro, os participantes do projeto afirmaram em rede social que "confiam" no trabalho do presidente: "Confiamos em seu governo para pôr fim a esses abusos".

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