Brasil

Irmão de Geddel desaparece dos corredores da Câmara

Desde que a PF encontrou R$ 51 milhões em um apartamento usado pelo ex-ministro do governo Michel Temer, Lúcio Vieira Lima não aparece no Congresso

Lúcio Vieira Lima: o deputado preside a comissão especial que discute propostas para reforma política (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Lúcio Vieira Lima: o deputado preside a comissão especial que discute propostas para reforma política (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de setembro de 2017 às 17h07.

Brasília - Irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), preso no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) desapareceu dos corredores da Câmara.

Desde que a Polícia Federal encontrou R$ 51 milhões em um apartamento usado pelo ex-ministro do governo Michel Temer, Lúcio não aparece no Congresso Nacional.

A última vez que o deputado marcou presença no plenário da Casa foi no dia 4 de setembro, um dia antes da operação policial que descobriu o "bunker" de Geddel em Salvador.

Lúcio é presidente da comissão especial que discute propostas para reforma política, mas não compareceu à sessão de votação desta tarde.

Os trabalhos estão sendo conduzidos por Lázaro Botelho (PP-TO). Até o momento a Secretaria Geral da Mesa Diretora da Câmara (SGM) não recebeu nenhum pedido formal de licença do parlamentar.

A investigação sobre o "tesouro" escondido pelo ex-ministro poderá ser enviada nos próximos dias para análise do Supremo Tribunal Federal (STF) porque a Polícia Federal encontrou indícios de envolvimento do deputado nos crimes sob investigação.

Congressistas têm foro por prerrogativa de função e só podem ser alvos de inquéritos criminais que tramitem na Corte.

No depoimento prestado à PF, o dono do apartamento em que foram encontradas malas abarrotadas de dinheiro, Silvio Antônio Cabral da Silveira, disse que atendeu ao pedido de Lúcio para emprestar o imóvel em nome da amizade com o parlamentar, embora não conhecesse Geddel.

Além disso, no local, foi encontrada uma fatura em nome de Marinalva Teixeira de Jesus, apontada como empregada doméstica do congressista.

Como informou mais cedo o blog de Fausto Macedo, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília, pediu que a Procuradoria da República no Distrito Federal se pronunciasse sobre a necessidade de envio do inquérito ao STF.

Se o magistrado decidir enviar o caso ao STF, caberá aos ministros da Corte deliberar se toda a investigação correrá na instância superior ou apenas a parte referente a Lúcio.

O deputado, que sempre costuma atender ligações e responder mensagens de texto, não retornou às chamadas telefônicas da reportagem.

Acompanhe tudo sobre:CongressoGeddel Vieira LimaGoverno TemerPolítica no BrasilPolíticos brasileiros

Mais de Brasil

Acidente da Tam: maior tragédia da aviação brasileira completa 17 anos

Ministro da Defesa busca recursos para Forças Armadas, enquanto governo discute bloqueio de gastos

Governo cria sistema de emissão de carteira nacional da pessoa com TEA

Mais na Exame