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Intercâmbio: membros de universidades dos EUA vêm ao Brasil

Interessadas nesse público que não para de crescer, uma delegação da American Association of State Colleges and Universities (Aascu)


	Universidade de Harvard: segundo a pesquisa, mais de 9 mil brasileiros frequentam universidades nos Estados Unidos
 (Divulgação)

Universidade de Harvard: segundo a pesquisa, mais de 9 mil brasileiros frequentam universidades nos Estados Unidos (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2012 às 14h03.

Rio de Janeiro - A presença cada vez mais expressiva de estudantes brasileiros nos Estados Unidos chamou a atenção das principais universidades norte-americanas. Interessadas nesse público que não para de crescer, uma delegação da American Association of State Colleges and Universities (Aascu), entidade que representa mais de 400 instituições de ensino superior norte-americanas, veio ao Brasil para ampliar parcerias com universidades brasileiras.

A equipe, composta de seis reitores, já esteve em Recife e em Brasília e termina o ciclo de visitas hoje (16) no Rio de Janeiro. De acordo com a presidenta da associação, Muriel Howard, foi possível identificar várias áreas do conhecimento com grande potencial de intercâmbio, como a de conservação de arte. “É uma área difícil de conseguir acordos de intercâmbio devido ao alto grau de especialização, mas aqui é possível. O Rio, por exemplo, tem uma especialização forte nessa área”, elogiou.

As visitas, segundo ela, renderam acordos entre as instituições estrangeiras e as locais, como também parcerias com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ainda não há um balanço de quantas vagas serão disponibilizadas.

Para a reitora da Shawnee State University, em Ohio, Rita Harris, os compromissos acordados durante a visita abrem oportunidades de novos convênios. Com 4 mil alunos, Shawnee State tem hoje dois brasileiros matriculados, mas Rita não tem dúvidas de que o aumento será significativo no ano que vem.

“Seremos 400 instituições que poderão agilizar esse intercâmbio de forma coordenada, sem que os alunos tenham que procurar por conta própria, individualmente, uma ou outra instituição. Eles terão 400 instituições para escolher”.


A diretora do setor de Educação Internacional da Aascu, Arlene Jackson, informou que a associação está preparando uma série de programas a serem apresentados ao governo brasileiro e, individualmente, às instituições de ensino. Um deles é o 1+2+1, que inclui um ano de estudo no país de origem, dois anos no exterior, com o término do curso no país de origem. “É um programa que tem tido enorme êxito na China, nos últimos dez anos, e que possibilita ao estudante fazer estágio, aprender a língua e a cultura do país, além de ganhar dois diplomas de especialização nos dois países”, informou Arlene.

De acordo com pesquisa do Instituto de Educação Internacional (IEI), divulgado na última segunda-feira (12), o número de estudantes brasileiros em universidades norte-americanas aumentou 3% na comparação com o ano passado - o que elevou o Brasil ao 14º lugar entre os países com maior número de alunos em instituições de ensino superior norte-americanas. Os primeiros lugares pertencem à China e à Índia, mas houve queda no número de estudantes de ambos os países estudando nos EUA de 2011 para 2012.

Segundo a pesquisa, mais de 9 mil brasileiros frequentam universidades nos Estados Unidos, mas o número deve ser ainda maior, pois os dados não incluem os estudantes do Programa Ciência sem Fronteiras, lançado em dezembro de 2011, pelo governo federal que concedeu mais de 17 mil bolsas para cursos em universidades estrangeiras.

A estimativa é que mais de 2 mil alunos brasileiros estudem em universidades norte-americanas devido ao programa Ciência sem Fronteiras nos Estados Unidos. A proposta do governo brasileiro é enviar 100 mil pesquisadores, em quatro anos, para diversos países, sendo 20 mil para instituições norte-americanas.

“Acho que o presidente [Barack] Obama e a presidenta Dilma [Rousseff] concordam que para desenvolver nossos países economicamente e promover a mobilidade social esse intercâmbio de estudantes, pesquisas, conhecimento e gestores ajudará nossos países a serem bem mais competitivos e exitosos no futuro”, declarou Muriel. “Espero que o Ciência sem Fronteiras seja exportado para outros países. É um programa estratégico, em sintonia com o século 21”, elogiou.

A visita da comissão tem o intuito de expandir o número de universitários brasileiros nos Estados Unidos, como também o dos norte-americanos no Brasil. Em um ano, o número de norte-americanos estudando em universidades brasileiras cresceu 12% (mais de 3,5 mil alunos matriculados em instituições brasileiras no último ano). Atualmente o principal destino dos universitários norte-americanos é a Região Sudeste. “Mas a ideia é que isso mude e que se expanda para outras regiões, pois traremos mais estudantes para cá que terão uma variedade de instituições para escolher”, comentou a diretora da Shawnee State. Atualmente, nenhum aluno dessa instituição faz intercâmbio no Brasil.

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