Indústria eletroeletrônica deve crescer 13% em 2011, prevê Abinee

São Paulo - O faturamento da indústria eletroeletrônica encerra 2010 com crescimento de 11% em relação ao ano anterior, totalizando 124 bilhões de reais. O resultado, aparentemente expressivo, foi considerado uma grande decepção pelos empresários do setor. “Nós apenas voltamos ao patamar que tínhamos em 2008”, diz Humberto Barbato, presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).

Para 2011, as perspectivas são mais animadoras. A Abinee projeta expansão de 13% no faturamento, que deve atingir 140 bilhões de reais. “O crescimento deve ser puxado pelos investimentos em infraestrutura voltados para a Copa do Mundo”, diz Barbato. O setor projeta crescimento de 48% no volume de investimentos, o que dará um montante de 5,34 bilhões de reais.

As exportações tiveram alta de 4% em 2010 enquanto as importações dispararam 41%. “O câmbio tem sido uma madrasta para o setor”, afirma o presidente da Abinee. O déficit foi de 27,5 bilhões de dólares. Em 2011, as vendas ao exterior devem crescer apenas 1%, totalizando 7,8 bilhões de dólares. Já as importações devem ter expansão de 17%, atingindo 41,2 bilhões de dólares. Se confirmadas as previsões, a balança comercial da indústria eletroeletrônica será negativa em 33,4 bilhões de dólares.

O setor, que representa 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, gerou 15 mil empregos nesse ano e deve gerar outras três mil vagas em 2011, totalizando 178 mil postos de trabalho.

Ao comentar os desafios para 2011, Barbato disse que o governo Dilma tem fôlego para aprovar as reformas estruturais que se arrastam há anos no Congresso. “Vassoura nova tem mais capacidade de varrer”, afirma o presidente da Abinee.

Rádio EXAME: Lula não deu prioridade para a indústria, diz Abinee