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Índice Big Mac mostra supervalorização do real

Segundo a revista The Economist, Brasil é um dos raros países emergentes com câmbio apreciado

Comer um Big Mac é mais caro no Brasil do que nos Estados Unidos

Comer um Big Mac é mais caro no Brasil do que nos Estados Unidos

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 12h12.

São Paulo - O famoso índice Big Mac, que compara o preço do sanduíche em diversos países, constatou que o real está entre as moedas mais valorizadas do mundo em comparação com o dólar. Os números estão na nova edição da revista The Economist, que chega às bancas nesta quinta-feira (22).

A publicação britânica lembra que, por causa da crise, muitos países desvalorizaram suas moedas para incentivar as exportações e encarecer os produtos importados, levando os consumidores a preferir as mercadorias nacionais.

"A Ásia continua sendo o lugar mais barato do mundo para comer um hambúrguer", diz a reportagem. A recente decisão do governo chinês de flexibilizar o câmbio ainda não fez grande diferença. Um Big Mac custa US$ 1,95 na China contra US$ 3,73 nos Estados Unidos. Segunda a revista, "o índice índica que o câmbio correto seria de 3,54 iuanes por dólar e não os atuais 6,78. Em outras palavras, o iuane está desvalorizado em 48%".

O Brasil é um dos poucos países emergentes que têm câmbio sobrevalorizado. "Com taxa de juros de 10,75% ao ano, o Brasil tem atraído investidores ávidos por rendimentos", diz o texto. O índice Big Mac sugere que o real está supervalorizado em 31%, ou seja, o câmbio justo seria de R$ 2,33 por dólar. Na ponta do lápis, é mais caro comer um sanduíche aqui (US$ 4,91 ou R$ 8,71) do que nos Estados Unidos (US$ 3,73 ou R$ 6,60).

A sobrevalorização do euro frente ao dólar recuou de 29% em 2009 para 16% neste ano. Os investidores têm buscado segurança na Suíça, o que já causou uma apreciação de 68% na moeda local.

O índice Big Mac tem o objetivo de avaliar quão distante a taxa de câmbio está do seu valor justo. O cálculo é baseado na teoria da paridade do poder de compra, que argumenta que as taxas de câmbio de longo prazo tendem a se mover para equalizar o preço de uma cesta idêntica de produtos entre dois países. Nesse caso, a cesta tem um único item, o Big Mac.

"Os números precisam ser analisados com uma pitada de sal. Eles não são um indicador preciso dos movimentos das moedas", salienta a publicação britânica. Outro ponto importante é que a maior parte dos custos de um sanduíche depende dos insumos locais, tais como aluguel e salários, que tendem a ser menores nos países mais pobres. "As comparações são mais confiáveis entre os países com níveis semelhantes de renda."

Veja tabela da revista The Economist com as comparações (a tabela original foi atualizada pela revista no dia 28 de julho):

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