Importar engenheiros seria um erro, diz categoria
Depois do programa para trazer profissionais estrangeiros da área da Saúde, o próximo alvo do governo federal pode ser a engenharia
Da Redação
Publicado em 12 de agosto de 2013 às 17h24.
São Paulo - Ainda no olho do furacão com a polêmica criada pela importação de profissionais por meio do Programa Mais Médicos, a presidente Dilma Rousseff já estuda a possibilidade de comprar briga com outra categoria: a dos engenheiros.
Importantes ministros estariam tentando convencer a presidente de que trazer de fora profissionais especializados ajudaria a solucionar a dificuldade dos municípios para a realização de projetos, que são necessários para o repasse de verbas federais.
Mas, assim como no caso dos médicos que realizaram protestos em todo o país após o anúncio do programa, a presidente deve se preparar para o descontentamento dos engenheiros caso leve a proposta adiante.
Nesta segunda-feira, a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) manifestou sua posição contrária à proposta. “A medida, como solução à falta de quadros técnicos nas prefeituras brasileiras, constitui um equívoco e não se justifica”, afirmou em nota o presidente da entidade, Murilo Celso de Campos Pinheiro.
Já o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), diz não “fazer objeção à entrega de registro aos profissionais estrangeiros”, mas faz ressalvas em relação à medida. “Se houver falta de profissional, nada mais justo do que o país buscar estrangeiros. Mas se não há falta, primeiro nós vamos garantir o emprego para os profissionais do Brasil”, afirma o presidente do órgão, José Tadeu da Silva.
Embora a categoria admita que a demanda por engenheiros em certas áreas seja maior do que a oferta, não é consenso que uma política de importação de profissionais seria a solução para o problema.
De acordo com o professor Vanderli de Oliveira, diretor da Associação Brasileira de Educação em Engenharia (Abenge), hoje a profissão no Brasil “não deve a ninguém”. “Nossa realidade é de exportação de profissionais qualificados. Não faz sentido importar. Uma política de retorno desses nossos engenheiros seria muito mais eficiente”, afirma.
Segundo Oliveira, para melhorar a situação no país seria necessária uma política mais ampla de investimento. “O governo teria que promover a fixação dos bons profissionais, investir na capacitação dos já formados e também nas estruturas das escolas”, diz.
Para o diretor da Abenge, a falta de incentivos também é um problema. “Se o setor público está pagando tão pouco que não atrai nossos próprios engenheiros, não adianta trazer gente de fora. Isso só atrairia profissionais de má qualidade e seria um atraso para o país”, completa.
De acordo com dados do Confea, hoje o país possui 1.051.945 engenheiros com registro profissional ativo. Destes, 1.019 foram concedidos a profissionais formados no exterior e que tenham revalidado o diploma no Brasil.
São Paulo - Ainda no olho do furacão com a polêmica criada pela importação de profissionais por meio do Programa Mais Médicos, a presidente Dilma Rousseff já estuda a possibilidade de comprar briga com outra categoria: a dos engenheiros.
Importantes ministros estariam tentando convencer a presidente de que trazer de fora profissionais especializados ajudaria a solucionar a dificuldade dos municípios para a realização de projetos, que são necessários para o repasse de verbas federais.
Mas, assim como no caso dos médicos que realizaram protestos em todo o país após o anúncio do programa, a presidente deve se preparar para o descontentamento dos engenheiros caso leve a proposta adiante.
Nesta segunda-feira, a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) manifestou sua posição contrária à proposta. “A medida, como solução à falta de quadros técnicos nas prefeituras brasileiras, constitui um equívoco e não se justifica”, afirmou em nota o presidente da entidade, Murilo Celso de Campos Pinheiro.
Já o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), diz não “fazer objeção à entrega de registro aos profissionais estrangeiros”, mas faz ressalvas em relação à medida. “Se houver falta de profissional, nada mais justo do que o país buscar estrangeiros. Mas se não há falta, primeiro nós vamos garantir o emprego para os profissionais do Brasil”, afirma o presidente do órgão, José Tadeu da Silva.
Embora a categoria admita que a demanda por engenheiros em certas áreas seja maior do que a oferta, não é consenso que uma política de importação de profissionais seria a solução para o problema.
De acordo com o professor Vanderli de Oliveira, diretor da Associação Brasileira de Educação em Engenharia (Abenge), hoje a profissão no Brasil “não deve a ninguém”. “Nossa realidade é de exportação de profissionais qualificados. Não faz sentido importar. Uma política de retorno desses nossos engenheiros seria muito mais eficiente”, afirma.
Segundo Oliveira, para melhorar a situação no país seria necessária uma política mais ampla de investimento. “O governo teria que promover a fixação dos bons profissionais, investir na capacitação dos já formados e também nas estruturas das escolas”, diz.
Para o diretor da Abenge, a falta de incentivos também é um problema. “Se o setor público está pagando tão pouco que não atrai nossos próprios engenheiros, não adianta trazer gente de fora. Isso só atrairia profissionais de má qualidade e seria um atraso para o país”, completa.
De acordo com dados do Confea, hoje o país possui 1.051.945 engenheiros com registro profissional ativo. Destes, 1.019 foram concedidos a profissionais formados no exterior e que tenham revalidado o diploma no Brasil.