IBGE estende apuração e coleta final de dados do Censo até o fim de abril
Há duas semanas, o IBGE previa divulgar os primeiros resultados do Censo no final de abril
Agência de notícias
Publicado em 31 de março de 2023 às 15h03.
Última atualização em 31 de março de 2023 às 15h16.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prorrogou mais uma vez a etapa de apuração e coleta doCenso Demográfico 2022. Segundo o Ministério do Planejamento e Orçamento, o trabalho se estenderá agora até o fim de abril. Com isso, o instituto adiou novamente a previsão de divulgação dos dados preliminares do levantamento censitário, que agora está prevista para o dia 4 de maio.
"A apuração do Censo, bem como as ações pontuais, finais e de coleta de dados serão concluídas até o fim de abril. Os dados preliminares serão anunciados pelo IBGE no dia 4 de maio", informou, em nota, o ministério, ao qual o IBGE é subordinado.
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Um Censo Demográfico mais apurado
Embora o IBGE tenha anunciado a conclusão oficial da coleta do Censo em fevereiro, recenseadores permaneceram em campo tentando reduzir a proporção de não recenseados na população brasileira. No que deveria ser a etapa de apuração e conferência de informações prestadas, trabalhadores contratados pelo instituto tentavam ampliar a cobertura com visitas a mais domicílios. Até o último dia 15 de março, havia Unidade da Federação com mais de 20% da população ainda não recenseada.
No sábado, 25, o IBGE organizou uma cerimônia em Heliópolis, em São Paulo, para marcar uma ação nacional de mobilização de recenseamento em favelas, em parceria com a Central Única das Favelas (Cufa) e o Data Favela. O ato contou com a participação da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
Segundo o IBGE, a força-tarefa para aumentar a proporção de população recenseada nas favelas ocorre em 20 estados. A iniciativa "busca abrir caminhos e portas para o IBGE avançar com a operação censitária nas comunidades e reduzir o percentual de não respostas nos chamados aglomerados subnormais", informou o instituto, em nota.
Nesta sexta-feira, 31, o ministério anunciou a conclusão do recenseamento da população Ianomâmi.
"Foram contados 16,56 mil ianomâmis em aldeias dentro do território de Roraima e outros 10.294 em aldeias localizadas no Amazonas. Além disso, mais de 5 mil ianomâmis foram recenseados na operação aérea por helicópteros", informou o ministério, em nota.
Censo Demográfico cobrirá área das terras ianomâmis
A operação especial de recenseamento na Terra Indígena Yanomami — fruto de uma cooperação firmada entre cinco ministérios — se estendeu por 23 dias, para cobertura do território que passa pelos Estados de Roraima e do Amazonas. O trabalho foi concluído na noite desta quinta-feira, 30.
A operação, que teve apoio das Forças Armadas e de helicópteros da Polícia Rodoviária Federal (PRF), visava cobrir os 47% da população ianomâmi que reside na parte mais remota do território. Os outros 53% já tinham sido recenseados durante o trabalho regular do Censo, no ano passado.
O IBGE não disponibiliza mais os dados da coleta do Censo em tempo real, mas, até o último dia 15 de março, 190,523 milhões de brasileiros tinham sido recenseados. O montante é equivalente a aproximadamente 89,3% da população, segundo a prévia estimada pelo instituto estatístico e enviada ao Tribunal de Contas da União ( TCU ), no fim de 2022.
No Amapá, 20,8% da população não tinha sido ainda recenseada até meados de março. Em São Paulo, ainda faltava recensear 16% dos habitantes, e no Rio de Janeiro, 15,1%.
Lacunas
Outros estados com lacunas de dois dígitos no recenseamento eram Rondônia (17,3% da população não recenseada), Espírito Santo (13,4%), Tocantins (11,8%), Pará (11,7%), Acre (11,6%) e Distrito Federal (13,9%). Os estados com maior cobertura foram Santa Catarina (98,1% da população recenseada), Piauí (97,2%), Paraíba (95,8%) e Roraima (94,5%).
O IBGE vinha alertando sobre a dificuldade de recenseamento em residências de alta renda, mas a elevada proporção de não recenseados e o esforço nacional em favelas mostram que há lacunas também nas demais faixas de rendimento.
A coleta do Censo, iniciada em 1º de agosto de 2022, se estenderia inicialmente até o fim de outubro do ano passado. Após uma série de dificuldades para contratação, pagamento e manutenção de recenseadores atuando no trabalho de campo, o prazo foi prorrogado sucessivas vezes. A coleta tem como data de referência as condições em que vivia a população brasileira no dia 31 de julho de 2022.
Há duas semanas, o IBGE previa divulgar os primeiros resultados do Censo no final de abril.