Iata critica proibição ao overbooking no Brasil
Para a entidade, a solução não é acabar com o overbooking, mas investir em infraestrutura e estabelecer uma estratégia
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2010 às 09h30.
Genebra - A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) acusa o Brasil de não ter planejamento nem visão para o setor aéreo e alerta que a decisão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de proibir o overbooking é mais uma demonstração de que o governo improvisa ao tentar lidar com o caos aéreo.
Para a entidade, a solução não é acabar com o overbooking, mas investir em infraestrutura e estabelecer uma estratégia. As queixas quanto ao pacote de fim de ano se somam a várias situações que têm deixado a Iata irritada com o governo, azedando a relação entre a associação que reúne as 220 maiores empresas do setor e o Brasil.
Na segunda-feira, a Anac anunciou o veto à venda de passagens além da capacidade das companhias como forma de evitar um caos aéreo. Na Iata, a decisão não foi bem recebida. Martine Ohayon, porta-voz da associação, explicou ontem que a entidade não tem uma política única e insiste que as empresas aéreas devem seguir as regras estabelecidas pelos governos onde operam. Mas declarou que se trata de uma prática necessária para o setor aéreo garantir a rentabilidade. “Caso contrário, assentos nos aviões não seriam usados completamente.”
Segundo ela, quando a prática prejudica o embarque de passageiros, a orientação é para que as companhias não hesitem em compensar cada uma das pessoas lesadas. A Iata concorda com o governo que planejar para a alta temporada é “um passo na direção correta”. “Mas isso deve ser um processo recorrente, e não apenas feito logo antes do pico”, alertou. “Coordenação e planejamento de curto, médio e longo prazo são necessários para construir um setor de aviação forte no Brasil.”
Para a entidade, com sede em Genebra, “o maior problema em relação à infraestrutura dos aeroportos é a falta de visão e planejamento”. “O governo precisa tomar controle da situação, reunir todos os atores, incluindo empresas, e trabalhar em uma estratégia de curto, médio e longo prazo”, afirmou Ohayon. “Os aeroportos brasileiros precisam ser expandidos”, insistiu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.