Hidroanel, o caminho de SP pelos rios
Projeto não é novo, mas enfrenta dificuldades para sair do papel
Da Redação
Publicado em 15 de abril de 2012 às 10h02.
São Paulo - A discussão não é nova. Há pelo menos 80 anos, cogita-se usar rios e represas de São Paulo para transporte de cargas e pessoas. Mas, até hoje, pouca coisa (ou quase nada) saiu do papel. A novidade é que agora a proposta ganhou finalidade sustentável: um anel hidroviário para transformar lixo em energia.
Ao longo de 170 km, dezenas de portos carregariam todo tipo de material em embarcações projetadas para evitar contaminação e possibilitar a retirada de 50 caminhões das ruas por viagem. Depois, descarregariam os produtos recolhidos em três grandes polos de transformação no Rio Tietê e na Represa Billings. Lá, usinas ou termoelétricas finalizariam o processo.
De execução aparentemente simples, o sistema não depende só de tempo, dinheiro - o custo está avaliado em pelo menos R$ 3,5 bilhões - ou vontade política para emplacar. O pacote de obras para "fechar" o anel inclui a construção de 20 eclusas e um canal de 17 km para ligar as Represas Billings e Taiaçupeba.
As eclusas, que funcionam como elevadores para barcos, são indispensáveis para fazer as "baldeações" necessárias para a navegação correr sem interferências. Mas interferência é o que não falta. Com tanta sujeira nas águas, só um sistema de dragagem permanente evitaria que os barcos encalhassem.
Segundo o arquiteto Alexandre Delijaicov, coordenador do grupo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP que ajuda no projeto, o hidroanel ainda evitaria enchentes e reduziria o tráfego de caminhões. "Isso sem falar na qualidade de vida, com a interação dos rios com as cidades", diz.
Para tirar a proposta do papel, o Departamento Hidráulico (DH) de São Paulo planeja construir a eclusa da Penha, no Rio Tietê, ainda neste ano, para permitir 66 km navegáveis. "Em paralelo, vamos viabilizar dois portos. A ideia é que o governo faça a modelagem do negócio e o apresente à iniciativa privada", diz o diretor Casemiro Carvalho.
Mas, ao priorizar o uso dos rios para cargas públicas, o transporte de passageiros ganhou papel secundário. De novo. O cronograma prevê a realização de obras até 2042. Até lá, para superar as Marginais, só de carro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - A discussão não é nova. Há pelo menos 80 anos, cogita-se usar rios e represas de São Paulo para transporte de cargas e pessoas. Mas, até hoje, pouca coisa (ou quase nada) saiu do papel. A novidade é que agora a proposta ganhou finalidade sustentável: um anel hidroviário para transformar lixo em energia.
Ao longo de 170 km, dezenas de portos carregariam todo tipo de material em embarcações projetadas para evitar contaminação e possibilitar a retirada de 50 caminhões das ruas por viagem. Depois, descarregariam os produtos recolhidos em três grandes polos de transformação no Rio Tietê e na Represa Billings. Lá, usinas ou termoelétricas finalizariam o processo.
De execução aparentemente simples, o sistema não depende só de tempo, dinheiro - o custo está avaliado em pelo menos R$ 3,5 bilhões - ou vontade política para emplacar. O pacote de obras para "fechar" o anel inclui a construção de 20 eclusas e um canal de 17 km para ligar as Represas Billings e Taiaçupeba.
As eclusas, que funcionam como elevadores para barcos, são indispensáveis para fazer as "baldeações" necessárias para a navegação correr sem interferências. Mas interferência é o que não falta. Com tanta sujeira nas águas, só um sistema de dragagem permanente evitaria que os barcos encalhassem.
Segundo o arquiteto Alexandre Delijaicov, coordenador do grupo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP que ajuda no projeto, o hidroanel ainda evitaria enchentes e reduziria o tráfego de caminhões. "Isso sem falar na qualidade de vida, com a interação dos rios com as cidades", diz.
Para tirar a proposta do papel, o Departamento Hidráulico (DH) de São Paulo planeja construir a eclusa da Penha, no Rio Tietê, ainda neste ano, para permitir 66 km navegáveis. "Em paralelo, vamos viabilizar dois portos. A ideia é que o governo faça a modelagem do negócio e o apresente à iniciativa privada", diz o diretor Casemiro Carvalho.
Mas, ao priorizar o uso dos rios para cargas públicas, o transporte de passageiros ganhou papel secundário. De novo. O cronograma prevê a realização de obras até 2042. Até lá, para superar as Marginais, só de carro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.