Governo vai criar calendário para Venezuela pagar dívida com o Brasil
O montante passa de R$ 6 Bi e é referente a empréstimos feitos pelo BDNES ao país vizinho
Reporter colaborador, em Brasília
Publicado em 29 de maio de 2023 às 15h04.
Última atualização em 29 de maio de 2023 às 15h33.
O ministro Fernando Haddad afirmou nesta segunda-feira, 29, que o Ministério da Fazenda irá constituir um grupo de trabalho para consolidar a dívida do Brasil com a Venezuela. A ideia, de acordo com ele, é fazer o levantamento da dívida e agendar o pagamento pelo governo venezuelano.
“Vai se consolidar um grupo de trabalho para consolidar a dívida da Venezuela frente ao Brasil e a partir dessa consolidação dos números programar o pagamento”.
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Quanto a uma possível ajuda do Brasil ao país vizinho, Haddad afirmou que o intercâmbio comercial é responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). “Eu estou cuidando aqui da relação com o Tesouro e Minas e Energia vai cuidar da questão da energia elétrica para Roraima, mas o que me diz respeito a encomenda é essa. Consolidação da dívida e reprogramação”.
Dívida
O montante chega a US$ 1,2 Bilhões -- ou R$ 6,3 bilhões -- em atraso e é referente a empréstimos feitos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BDNES) ao país vizinho.
A declaração foi dada por Haddad, após participar de reunião no Palácio do Planalto na manhã de hoje, que reuniu líderes dos países da América do Sul. Entre eles, Nicolas Maduro, presidente da Venezuela, que foi proibido de visitar o Brasil pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e é duramente criticado pelo empresariado brasileiro, que é contra o empréstimo de crédito brasileiro para obras em países vizinhos ao invés de investir em infraestrutura no território nacional.
O objetivo dos acordos é melhorar a relação da Venezuela com o Brasil. Em discurso durante a reunião, o presidente Lula afirmou que a reaproximação da relação Brasil-Venezuela “é plena”. O presidente reiterou ainda, que o processo de reaproximação não será apenas por interesses comerciais, como também políticos e socioculturais.