Governo prevê salário mínimo de R$ 1.389, e déficit zerado em 2024
Para 2025, equipe econômica estima de superávit de 61 bilhões
Reporter colaborador, em Brasília
Publicado em 14 de abril de 2023 às 19h58.
Última atualização em 14 de abril de 2023 às 20h04.
O projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), encaminhado pelo Executivo ao Congresso Nacional nesta sexta-feira, 14, prevê um salário mínimo de R$1.389 em 2024. O valor representa uma alta de 6,7% em relação ao piso atual, que é de R$ 1.302.
A partir de maio deste ano, o valor deve ser elevado para R$ 1.320. Nesse caso, o aumento será de 5,2%.
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O reajuste salarial para o próximo ano considerará apenas a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva Lula (PT) prometeu voltar com a política de reajustes pela inflação e variação do Produto Interno Bruto (PIB) que vigorou entre 2011 e 2019. Entretanto, nem sempre o salário mínimo subiu acima da inflação. Em 2017 e 2018, por exemplo, foi concedido o reajuste somente com base na inflação porque o PIB dos anos anteriores (2015 e 2016) teve retração. Por isso, para cumprir a fórmula proposta, somente a inflação serviu de base para o aumento.
Em 2023, foi concedido o primeiro aumento real em três anos. O governo faz estudos, por meio de um grupo de trabalho interministerial, que tem como objetivo implementar uma política de valorização real do salário mínimo.
De acordo com o Ministério do Planejamento, eventuais novas regras de reajuste, que prevejam aumentos reais para o salário mínimo, serão oportunamente incorporadas ao cenário fiscal na elaboração da LOA (Lei Orçamentária Anual).
Superávit em 2025
No texto enviado ao Congresso também há a previsão de zerar o déficit primário em 2024 e obter um superávit de R$ 61,6 bilhões em 2025.
O PLDO encaminhado neste ano tem a particularidade de buscar equilibrar a realidade de duas legislações fiscais, a vigente (que estabelece o teto de gastos criado no governo de Michel Temer) e uma nova regra que está prestes a ser enviada pelo governo.
Essa nova regra que vem sendo desenhada pelo governo prevê que as despesas da União poderão crescer até 70% da variação da receita. Esse aumento, contudo, estará limitado ao avanço real (limitado à inflação) de 0,6% ao ano a 2,5% ao ano - o piso e o teto de crescimento. Já as metas fiscais terão uma banda de tolerância de 0,25 ponto porcentual para baixo e para cima, num modelo parecido com o do regime de metas de inflação adotado pelo Banco Central.
O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2024 dá permissão para que o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) do ano que vem, a ser entregue até o final de agosto, preveja despesa primária em valor superior ao teto de gastos caso o novo arcabouço fiscal seja aprovado. Como o marco ainda não foi aprovado, as estimativas do PLDO seguem as regras fiscais atualmente vigentes, ou seja, o teto de gastos.
A explicação foi dada em documento divulgado pelo Ministério do Planejamento com os principais destaques do PLDO, entregue há pouco ao Congresso. A pasta, no entanto, previu que as despesas condicionadas ao arcabouço sejam de R$ 172 bilhões em 2024."Essa autorização viabilizará a recomposição e a execução das políticas públicas prioritárias para o país, o funcionamento da máquina e o investimento da União", diz o texto.
O que é a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)?
O documento encaminhado pelo governo estabelece as bases para a elaboração do orçamento do próximo ano, moldando a proposta de Lei Orçamentária Anual (LOA), a ser discutida no segundo semestre, e que deve ser enviada pelo governo ao Congresso até 31 de agosto.
Com Estadão Conteúdo.