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Governo não tem convicção do que é o ajuste, diz Mansueto

"Há uma tentativa desesperada de aumento da receita, como vimos agora com a CPMF. O governo não tem convicção exatamente do que é o ajuste fiscal", acusou

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy: ajuste fiscal, para Mansueto, é debate político em qualquer lugar do mundo porque aumentar receita ou cortar despesa é assunto que ninguém gosta (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2015 às 14h24.

Brasília - Ajuste fiscal feito às pressas se transforma em aumento de carga tributária , na avaliação do economista Mansueto Almeida.

"Não gosto de ajuste fiscal feito de forma açodada porque isso significa aumento de carga tributária", afirmou durante palestra "Caminhos para o Brasil" organizada pelo Instituto Teotônio Vilela e PSDB, no Senado Federal.

"Há uma tentativa desesperada de aumento da receita, como vimos agora com a CPMF . O governo não tem convicção exatamente do que é o ajuste fiscal", acusou, durante sua participação.

Segundo ele, não é preciso ter medo de colocar discussões sobre reforma na mesa, mas é errado fechar essas propostas em gabinetes. "Isso precisa ser negociado nesta Casa", disse.

O economista salientou que os gastos com saúde cresceram 10% em 2014 em relação ao ano anterior e que situação semelhante foi vista na Educação.

"Se tivesse no governo um bom gestor, esse gasto tão grande estaria se transformando em uma grande revolução e não se vê isso. O que se vê é um aumento de gastos e de impostos", argumentou.

Ajuste fiscal, para Mansueto, é debate político em qualquer lugar do mundo porque aumentar receita ou cortar despesa é assunto que ninguém gosta.

"Mas esse debate já deveria estar muito claro", disse. Ele lembrou que o ex-presidente do Banco Central e assessor econômico da campanha do PSDB para levar Aécio Neves à presidência da República falava na ocasião que era preciso plano para cada uma das áreas do novo governo.

"Infelizmente esse clareza do ajuste fiscal, e não o conta gotas, não foi posto por esse governo até hoje. Isso torna o cenário fiscal muito mais difícil. Dadas as condições atuais, o Brasil não tem como ter superávit primário nem neste ano, ou em 2016, ou 2017 ou 2018", previu.

O economista lembrou que, há pouco tempo, especialistas que previam relação de 70% da dívida bruta em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) eram tidos como "lunáticos".

"Agora a discussão é sobre em que mês isso vai acontecer no próximo ano. O Brasil passará a ser o País mais endividado do mundo em relação ao seu PIB e não existe nenhum país do mundo com dívida superior a 70% do PIB que é grau de investimento", comparou.

Para o palestrante, o Brasil quis "abraçar o mundo com as pernas" em 2008 e 2009. Ele disse que o Tesouro Nacional passou a empresar dinheiro para bancos públicos, o que é normal, mas quando são volumes baixos.

Em 2007, lembrou, esse repasse era de 0,3% do PIB e até o fim de 2014, aumentou em mais de R$ 500 bilhões. "Pode-se pensar que foi legítimo dar subsídios a empresas, mas o custo dos subsídios ficou escondido", disse.

Mansueto disse ainda que o governo não teve capacidade de fazer o País crescer e que o isso levou a um aumento brutal da dívida pública.

"A conta de subsídios do próximo ano já é igual ao do Bolsa Família", equiparou, citando que cada uma dessas rubricas somará um total de R$ 28 bilhões. "Se criou no País o Bolsa Empresário."

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Brasília - Ajuste fiscal feito às pressas se transforma em aumento de carga tributária , na avaliação do economista Mansueto Almeida.

"Não gosto de ajuste fiscal feito de forma açodada porque isso significa aumento de carga tributária", afirmou durante palestra "Caminhos para o Brasil" organizada pelo Instituto Teotônio Vilela e PSDB, no Senado Federal.

"Há uma tentativa desesperada de aumento da receita, como vimos agora com a CPMF . O governo não tem convicção exatamente do que é o ajuste fiscal", acusou, durante sua participação.

Segundo ele, não é preciso ter medo de colocar discussões sobre reforma na mesa, mas é errado fechar essas propostas em gabinetes. "Isso precisa ser negociado nesta Casa", disse.

O economista salientou que os gastos com saúde cresceram 10% em 2014 em relação ao ano anterior e que situação semelhante foi vista na Educação.

"Se tivesse no governo um bom gestor, esse gasto tão grande estaria se transformando em uma grande revolução e não se vê isso. O que se vê é um aumento de gastos e de impostos", argumentou.

Ajuste fiscal, para Mansueto, é debate político em qualquer lugar do mundo porque aumentar receita ou cortar despesa é assunto que ninguém gosta.

"Mas esse debate já deveria estar muito claro", disse. Ele lembrou que o ex-presidente do Banco Central e assessor econômico da campanha do PSDB para levar Aécio Neves à presidência da República falava na ocasião que era preciso plano para cada uma das áreas do novo governo.

"Infelizmente esse clareza do ajuste fiscal, e não o conta gotas, não foi posto por esse governo até hoje. Isso torna o cenário fiscal muito mais difícil. Dadas as condições atuais, o Brasil não tem como ter superávit primário nem neste ano, ou em 2016, ou 2017 ou 2018", previu.

O economista lembrou que, há pouco tempo, especialistas que previam relação de 70% da dívida bruta em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) eram tidos como "lunáticos".

"Agora a discussão é sobre em que mês isso vai acontecer no próximo ano. O Brasil passará a ser o País mais endividado do mundo em relação ao seu PIB e não existe nenhum país do mundo com dívida superior a 70% do PIB que é grau de investimento", comparou.

Para o palestrante, o Brasil quis "abraçar o mundo com as pernas" em 2008 e 2009. Ele disse que o Tesouro Nacional passou a empresar dinheiro para bancos públicos, o que é normal, mas quando são volumes baixos.

Em 2007, lembrou, esse repasse era de 0,3% do PIB e até o fim de 2014, aumentou em mais de R$ 500 bilhões. "Pode-se pensar que foi legítimo dar subsídios a empresas, mas o custo dos subsídios ficou escondido", disse.

Mansueto disse ainda que o governo não teve capacidade de fazer o País crescer e que o isso levou a um aumento brutal da dívida pública.

"A conta de subsídios do próximo ano já é igual ao do Bolsa Família", equiparou, citando que cada uma dessas rubricas somará um total de R$ 28 bilhões. "Se criou no País o Bolsa Empresário."

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