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Governo do Estado anuncia UPPs 'com ocupação social' em Angra dos Reis

Segundo o governador Wilson Witzel, o projeto foi reestruturado e terá foco em serviços sociais para os moradores das comunidades

Wilson Witzel: O anúncio foi feito pelo secretário de Polícia Militar, coronel Rogério Figueiredo, que representou o governador (Fernando Frazão/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2019 às 20h57.

Rio - Para tentar amenizar os efeitos de uma disputa de território envolvendo facções criminosas rivais, em Angra dos Reis, na Costa Verde, o governo estadual anunciou, nesta segunda-feira, que o município vai ganhar três Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Elas ficarão localizadas nas comunidades conhecidas como Belém, Camorim Grande e no Bairro do Frade. Todas são dominadas atualmente por traficantes que estão em guerra pelo domínio de pontos de distribuição de drogas e armas. Cento e vinte homens já reforçarão o policiamento a partir das festas de ano novo. As três UPPS,  no entanto, só deverão começar a funcionar no fim de janeiro, quando as bases que estão sendo construídas pela Prefeitura de Angra dos Reis já estiveram em condições de serem usadas.

O anúncio foi feito em conjunto pelo secretário de Polícia Militar, coronel Rogério Figueiredo, que representou o governador Wilson Witzel,e pelo prefeito Fernando Jordão. Segundo a assessoria de Witzel, o governador não conseguiu ir para Angra por conta de um evento no Maracanã que acabou atrasando sua agenda.

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A previsão é de que as novas UPPs sejam implantadas acompanhadas de uma ocupação social. Serão levados para as comunidades, numa parceria entre município e estado, serviços de saúde, de capacitação para o trabalho, de direitos humanos, esporte, educação e até de aulas de violão, entre outras iniciativas. Tudo para garantir que a estratégia de ocupação percorra um caminho diferente das comunidades do Rio, quando apenas a polícia entrou nas áreas em pacificação. Atualmente, existem 29 UPPs em funcionamento no estado.

— Estamos anunciando o lançamento do programa das UPPs em Angra dos Reis, contemplando três bairros importantes: Camorim Grande, Frade e Belém. Vai diminuir o número de confrontos, de pessoas lesionadas por fuzis e de pessoas que utilizam fuzis de assalto. A função da PM não é fazer guerra, é de fazer prevenção e policiamento ostensivo. Vamos transferir 120 homens para o batalhão de Angra para reforçar o policiamento não só nessas comunidades, mas em todas outras que forem necessárias — disse o coronel Rogério Figueiredo.

Além da implantação das UPPs, Figueiredo anunciou que a sede do 33º Batalhão (Angra dos Reis), que fica em Mambucaba, na divisa com Paraty, será transferida para o Centro dos Reis.  Ele informou que, apesar da transferência do batalhão, Mambucada não ficará sem policiamento. Um blindado que está sendo reformado também deverá chegar para ser utilizado no patrulhamento do município.

Perguntado se a revitalização das UPPs pode atingir outras regiões, incluindo a capital, o oficial disse que não há informação sobre isso no momento. Já o secretário de Polícia Civil, delegado Marcus Vinicius, que também participou da solenidade de anúncio das UPPs, disse que as delegacias de polícia especializadas também ajudarão no trabalho de ocupação das comunidades em Angra.

— Viremos com as especializadas. Não posso dar detalhes para não atrapalhar o trabalho, mas unidades como a Delegacia de Combate às Drogas, Draco e Desarme vão atuar aqui em Angra. Temos que evitar que os bandidos tentem voltar pra cá — disse Marcus Vinicius.

Já o prefeito Fernando Jordão disse acreditar que as UPPs vão ajudar a diminuir o problema de segurança pública em Angra dos Reis.

— As UPPs vão ajudar a dar tranquilidade em Angra. Teremos também uma ocupação social, num trabalho de  parceria com o estado. O modelo (da implantação das UPPs) usado será diferente do outro modelo anterior — disse.

O anúncio das UPPs em Angra foi feito depois de inúmeros tiroteios em confrontos ocorridos no município. No último dia 15, após uma operação do Bope, sete corpos foram abandonados  na carroceria de um caminhão, às margens da Rio-Santos, no Bairro do Frade. Uma semana antes, uma troca de tiros entre bandidos rivais provocou o fechamento da mesma rodovia.

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