Escola em São Paulo: diversas redes sociais e plataformas de streaming foram bloqueadas nas unidades de ensino (Rovena Rosa/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 5 de fevereiro de 2024 às 15h07.
Última atualização em 5 de fevereiro de 2024 às 15h22.
A partir desta segunda-feira, 5, o acesso a diversos aplicativos e plataformas de streaming ficará bloqueado em escolas da rede estadual de ensino em ambientes administrativos e pedagógicos das unidades, conforme anúncio feito pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP).
“A Seduc-SP confirma que, a partir desta segunda-feira, o acesso a aplicativos e plataformas sem fins educativos será suspenso nas redes (cabeamento e Wi-Fi) das unidades escolares”, acrescentou em nota.
Segundo a pasta, o objetivo é otimizar o uso de infraestrutura tecnológica para o desenvolvimento pedagógico dos estudantes.
Mais de 45% dos estudantes brasileiros relataram se distraírem por causa de dispositivos digitais em todas ou quase todas as aulas de matemática. A taxa foi a sexta maior entre todos os países que participaram do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), exame aplicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Quatro em cada dez (40,3%) também disseram se dispersar quando veem outros colegas usando os aparelhos.
Ainda segundo a OCDE, em escolas onde os aparelhos são proibidos os alunos são, de fato, menos propensos a relatar distração por causa desses dispositivos durante as aulas de matemática. “À primeira vista, a proibição dos telemóveis parece ser uma política útil. No entanto, são necessárias mais pesquisas para compreender plenamente a eficácia e o impacto de tais proibições.”
Isso porque a pesquisa também detectou que 30% dos estudantes em escolas onde a utilização é proibida relataram utilizar um smartphone várias vezes ao dia. Além disso, o estudo mostrou que o uso moderado dos aparelhos, seja para estudo, seja para lazer, dentro da escola, apresentam notas maiores.
Limite de horas em frente às telas e apps de supervisão parental são estratégias. Além disso, especialistas recomendam dialogar e criar regras, além de dar o exemplo no uso moderado da tecnologia.
Nos Estados Unidos, estudo conduzido pelo Pew Research Center em 2020, descobriu que quase sete em cada dez (66%) pais dizem que a tarefa de criar os rebentos é mais difícil do que há 20 anos, e a principal razão, afirmam, é a tecnologia.
As mudanças têm sido tão velozes, dizem, com o acesso a telas e à conexão cada vez mais fácil, que, por vezes, os artifícios de criação e controle de um filho para outro, mesmo com poucos anos de diferença, podem não ser os mesmos e exigem atualização sobre as novas tecnologias.
Crianças têm acessado a internet cada vez mais cedo, conforme mostra a pesquisa TIC Kids Online Brasil, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). No ano passado, 24% relataram ter se conectado à rede ainda nos seis primeiros anos de vida, conhecidos como primeira infância, enquanto em 2015, a taxa era de 11%. O Instagram (36%) foi a plataforma mais usada por usuários de 9 a 17 anos. Em seguida, apareceram YouTube (29%) e TikTok (27%).
Segundo especialistas, até por volta dos 12 anos, o ideal é que os pais estejam sempre ao lado do filho. Conforme avança a idade naturalmente, a criança exigirá mais privacidade para sua navegação. Mais liberdade, no entanto, não significa ausência de supervisão.
Desta forma, muitos pais contam com aplicativos de controle parental de sua preferência. Muitas plataformas, inclusive as preferidas dos pequenos, têm seus próprios recursos para ajudar os responsáveis nesse controle.