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Governo de SP adia reclassificação da quarentena e culpa apagão de dados

Na semana passada, o Ministério da Saúde encontrou indícios de que foi alvo de uma tentativa de ataques cibernéticos, o que afetou a atualização de dados

Rua 25 de Março, no centro da cidade de São Paulo. (Eduardo Frazão/Exame)
GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 16 de novembro de 2020 às 13h21.

Última atualização em 16 de novembro de 2020 às 14h01.

O governo de São Paulo decidiu adiar a reclassificação da quarentena no estado, que estava prevista para esta segunda-feira, 16. De acordo com o governo, um problema no sistema do Ministério da Saúde que compila todos os dados da pandemia, identificado na semana passada, motivou a alteração. A previsão é fazer uma nova avaliação no dia 30 de novembro.

“A pane do Ministério da Saúde afetou a atualização de dados de todo o Brasil. Estamos adiando para o dia 30 de novembro, uma medida de cautela, quando tivermos todos os indicadores disponíveis. Se fosse hoje, a maioria das regiões seria promovida para a fase verde. O momento requer precaução, cautela e cuidado”, explicou o governador de São Paulo João Doria (PSDB), em entrevista coletiva nesta segunda-feira.

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Segundo a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen, são necessárias duas semanas de atualização de dados de forma regular para fazer uma nova avaliação da quarentena.

Na semana passada, o Ministério da Saúde reconheceu a falha no sistema, que afetou a atualização de dados por vários dias. O secretário executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, disse que a pasta encontrou indícios de que foi alvo de uma tentativa de ataques cibernéticos, o que a levou a bloquear o acesso às suas redes para garantir a segurança dos dados.

Aumento nas internações

Pela primeira vez, o governo do estado reconheceu que há um aumento no número de internações. De acordo com dados da Secretaria da Saúde, a média diária de internações em leitos de enfermaria e UTI na última semana ficou em 1.009 novas solicitações. Isso representa um aumento de 18%, se comparado com a semana anterior.

Na semana passada, reportagem de EXAME mostrou que a região metropolitana da capital paulista atingiu a maior média móvel de novas internações por covid-19 em um mês: 579. A média leva em conta os últimos sete dias. Apenas nesta quinta-feira, 12, foram 695 novas internações. O número só foi maior que o do dia 11 de outubro, quando a média estava em 587.

Na ocasião, a equipe que integra o Centro de Contingência da Covid-19 em São Paulo afirmou que que não havia aumento de internações pela doença em hospitais públicos ou privados de São Paulo. O governo, no entanto, demonstrou preocupação sobre uma possível nova onda de coronavírus.

Como está a quarentena

Na última atualização feita em outubro, 76% da população do estado entrou na fase 4 verde da quarentena, em uma escala que vai de 1 vermelha, a mais restrita, até a 5 azul, quando há a volta total das atividades, mas com medidas de segurança, como uso de máscara. Toda a Grande São Paulo está na fase 4 verde.

-(Governo de SP/Reprodução)

Nesta etapa 4 verde da quarentena, o comércio, bares, restaurantes, academia e salões de beleza podem ampliar a capacidade de funcionamento de 40% para 60%. O setor cultural é beneficiado, com abertura de cinemas, museus, teatros, casas de espetáculo, também com capacidade de 60%. O uso obrigatório de máscara e álcool gel continuam em vigor. Eventos de grande aglomeração permanecem proibidos.

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