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Governador do DF quer reabrir e diz que tratará covid-19 como uma "gripe"

Ibaneis Rocha disse que restrições não servem mais, pois limite da população se esgotou. "Vai ser tratado como gripe, como deveria ter sido desde o início"

Ibaneis Rocha: segundo dados do governo local, estão ocupados 91,32% dos 219 leitos de UTI para a covid-19 da rede privada (Marcos Corrêa/PR/Flickr)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de junho de 2020 às 10h09.

Última atualização em 30 de junho de 2020 às 13h32.

No mesmo dia em que decretou estado de calamidade pública pela pandemia da covid-19, o governador do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha (MDB), disse estudar a reabertura total, até o começo de agosto, de bares, restaurantes, escolas e outras atividades.

Em entrevista ao Estadão, Ibaneis afirmou que "restrições" já não servem para nada, pois se esgotou o "limite" da população. "Vai ser tratado como gripe, como isso deveria ter sido tratado desde o início."

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"Pedi para o pessoal fazer o estudo (para a reabertura). Até início de agosto eu deixaria tudo aberto. E nem seria com restrições, não. Restrição não serve mais para nada. Você não consegue mais fazer com que as pessoas fiquem em casa. O limite do isolamento já chegou. Ninguém fica em casa mais", disse.

Ibaneis afirma não temer aumento de casos e óbitos após a retomada de atividades. "Não adianta querer colocar nas minhas costas o sofrimento dos outros." O número de internações no DF tem aumentado.

Segundo dados do governo local, estão ocupados 91,32% dos 219 leitos de UTI para a covid-19 da rede privada. Já em hospitais públicos, 61,4% dos 500 leitos reservados estão ocupados.

"Tenho 200 leitos de UTI sobrando. Tenho 170 leitos na UTI que, se eu quiser, dou uma canetada, já combinado com eles, estou pagando, e coloco à disposição da população."

Segundo boletim do governo local, o DF tem 47.071 casos da covid-19 e 559 mortos. Ao declarar estado de calamidade pública, o governo admite precisar de mais recursos públicos da União para enfrentar a pandemia.

Ibaneis, no entanto, disse que a medida foi meramente burocrática. O governador também elogiou o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, com quem disse que jantará hoje. "Pandemia é guerra. Guerra se trata com general. O general Pazuello tem de ser confirmado como ministro da saúde. Ele vai ser o maior ministro da história do Brasil", afirmou.

Para o governador, "houve falta de atenção no tratamento" da covid-19 no Brasil. "Essa doença foi tratada no início como se o Brasil fosse regionalizado. Totalmente equivocado. São Paulo é a porta de entrada de qualquer tipo de pessoa no Brasil porque tem o maior aeroporto do Brasil. Tinha de ser sido tratado de forma individual. O Rio tinha um carnaval que se aproximava com todos os estrangeiros que estavam chegando... Pegaram a doença e largaram ela por aí como se não fosse responsabilidade de ninguém."

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