Geddel Vieira Lima: ex-ministro deveria ter sido ouvido na semana passada, mas a defesa pediu um adiamento para que se preparasse para a audiência (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 29 de novembro de 2017 às 06h33.
Última atualização em 29 de novembro de 2017 às 07h18.
Chegou a hora de se explicar. O ex-deputado federal e ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) tem depoimento marcado à Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira.
O peemedebista será ouvido a respeito dos 51 milhões de reais em dinheiro vivo encontrados, em setembro deste ano, no seu bunker em Salvador.
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O ex-ministro deveria ter sido ouvido na semana passada, mas a defesa pediu um adiamento para que se preparasse para a audiência.
Há fatos novos a pesar contra ele. Na terça-feira, a PF divulgou relatório atribuindo a Geddel e seu irmão, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB), os crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro pelo caso do bunker, descoberto pela Operação Tesouro Perdido.
Usando o inquérito do quadrilhão do PMDB na Câmara, os investigadores dizem que os recursos são “oriundos de atividades ilícitas praticadas contra a Caixa Econômica Federal, apropriação indevida de recursos da Câmara dos Deputados por desvios de salários de Secretários Parlamentares, caixa dois em campanhas eleitorais”.
No mesmo relatório são acusados a mãe da dupla de políticos, Marluce Quadros Vieira Lima, o operador de Geddel e ex-diretor da Defesa Civil de Salvador, Gustavo Pedreira do Couto Ferraz, e Job Ribeiro Brandão, então homem de confiança da família.
A confiança, por certo, acabou. Brandão tenta fechar um acordo de colaboração premiada. Ele prestou depoimento à PF na terça-feira 14 para esclarecer sua participação nos desvios dos Vieira Lima.
As digitais de Brandão e dos peemedebistas foram encontradas no bunker e nas notas. O proprietário do apartamento confirmou que emprestou o imóvel a Geddel.
O cerco está fechado e Geddel, impaciente na cadeia. Se ele falar, deve implodir o núcleo duro do PMDB, que inclui o presidente Michel Temer. A ver como o ex-ministro se comporta hoje.