Fumaça de queimadas da Amazônia afetará Sul e Sudeste com mais intensidade, diz laboratório
Paraná e São Paulo devem ser os estados mais afetados até o final dessa semana
Agência de notícias
Publicado em 28 de agosto de 2024 às 16h09.
A alta de queimadas na Amazônia , em especial na sua parte sul, combinada com as dinâmicas de vento, vai favorecer a chegada de fumaças para mais cidades do Sul e Sudeste do país, em especial no Paraná e em São Paulo.
A massa de poluente será, inclusive, mais intensa do que a vista na semana passada, segundo previsão do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis).
Nesta terça, 27, foram registrados 1516 focos de queimadas na Amazônia, de acordo com o painel de monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Nesta quarta-feira, 28, os estados com mais focos são Mato Grosso, Pará e Amazonas.
A fumaça deve ser vista principalmente na próxima sexta-feira, 30, e sábado, 31, em muitas cidades do Centro Sul do país, em especial nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiânia, Minas, Rio, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Além disso, as plumas podem elevar as temperaturas médias em até 5 graus em vários locais.— O sul da Amazônia está pegando fogo literalmente — alerta o meteorologista e coordenador do Lapis, Humberto Barbosa. — As queimadas estão mais intensas e a corrente de jato (ventos fortes em altitude) deve intensificar os focos já existentes e a pluma em direção ao sul do país. E essas cinzas fazem com que as temperaturas ficam mais altas.
Alta de queimadas
No mês passado, a Amazônia viveu o pior julho desde o início da série histórica de queimadas, em 1998. Além do desmatamento , o bioma sofre, pelo segundo ano seguido, uma seca severa.
No final da tarde desta terça, as 16 estações do Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva) apontavam qualidade de ar péssima em Manaus. Todas estações de monitoramento no Amazonas, em diferentes municípios, apontavam qualidade muito ruim ou péssima, incluindo dentro de Terras Indígenas.
O Ibama prevê que os focos de queimada pelo país devem se alastrar por mais dois meses e uma das estratégias é a contratação de aviões particulares, usados na pulverização de produtos agrícolas em plantações, para reforçar a estrutura de combate. Hoje, o governo já gasta, em média, R$ 10 milhões a cada duas semanas com a contratação desse serviço, que tem oferta limitada no país e depende de estudo prévio de local para pouso e pontos de abastecimento de combustível e água.